Filme conta o caso real de John Divine G. Whitfield, advogado que esteve preso durante 25 anos na mais infame prisão dos EUA - e era inocente. Estreia esta quinta-feira nos cinemas.
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Na sua relação com o espetador, um filme pode fazer rir, assustar, chocar, despertar para a realidade, dar a conhecer novos mundos. Simplesmente entreter. Ou deixar-nos de lágrima no olho.
“Sing Sing” é um destes últimos casos, sublinhado pelo facto de se basear numa história verídica.
De imediato, o título do filme remete para uma das mais infames prisões norte-americanas, e foi aí que John Divine G. Whitfield esteve preso durante 25 anos, sempre com a certeza da sua inocência, até ao momento da libertação.
Advogado dos direitos humanos e autor reconhecido, o filme baseia-se num argumento que Divine coescreveu e ainda produziu.
A história centra-se num programa em que esteve envolvido na prisão, denominado Reabilitação Através das Artes, e onde liderou um grupo de outros detidos na produção de peças de teatro. Para o próprio, foi uma forma de encontrar um sentido para a vida numa situação de profunda injustiça; para os restantes presos, uma maneira de se superarem, de encontrarem uma redenção para além da frieza judicial das respetivas penas.
“Sing Sing”, o filme, é apenas a segunda longa-metragem de Greg Kwedar, que sabe evitar as armadilhas das convenções deste género de filmes e se mostra sobretudo ao serviço de uma história que fala por si.
O drama está nomeado para três Oscars – argumento adaptado, canção original e melhor ator.
Chegamos assim à grande mais-valia do filme: a poderosa e sensível interpretação do ator Colman Domingo, um veterano dos palcos e do cinema, que repete assim a nomeação para uma estatueta, depois de o ano passado ter estado indicado pelo seu trabalho em “Rustin”, que acabaria por não passar pelas nossas salas de cinema.
Agora, é provável que vença o Oscar (a cerimónia dos prémios de cinema é no dia 2 de março). Até lá, e a partir desta quinta-feira, devem-se a ele grande parte das emoções que levamos para casa ao sair de “Sing Sing”.