Bandas sonoras noturnas, entre a clássica e a folk experimental: este domingo à noite, a Casa da Música recebe na sua sala maior o cineasta e guitarrista Jim Jarmusch e o tocador de alaúde Jozef van Wissem.
Corpo do artigo
Glória do cinema independente, com uma cinematografia onde brilham obras como “Homem morto” (1995), “Ghost dog” (1999), “Flores partidas” (2005) ou “Paterson” (2016), Jim Jarmusch desenvolveu uma carreira musical paralela e subirá este domingo ao palco da Sala Suggia, na Casa da Música,no Porto, acompanhado pelo neerlandês Jozef van Wissem.
Foi logo no início dos anos 1980, em plena combustão da No Wave de Nova Iorque, que Jarmusch se aventurou como teclista e vocalista dos The Del-Byzanteens.
Seguiram-se colaborações com bandas como Wu-Tang Clan ou White Stripes (remisturou o tema “Blue orchid”, em 2005).
Seria, no entanto, após o encontro com Jozef van Wissen, compositor minimalista e craque do alaúde, que a vertente musical do cineasta se tornaria mais regular e consistente.
Desde 2012, Jarmusch e Van Wissem gravaram juntos três álbuns de originais e a banda sonora de “Só os amantes sobrevivem” (2013), uma fantasia negra - é um filme de vampiros... - e um devaneio noturno sobre a imortalidade do amor, num notável exemplo de como usar estilo para realçar substância.
É expectável que o concerto deste domingo na Casa da Música percorra esse repertório sonâmbulo e tentador, feito de nova música clássica e folk experimental.
O espetáculo começa às 21.30 horas; o preço dos bilhetes vai dos 30 aos 60 euros.