Evento tem esgotado espaços em Braga, Guimarães, Famalicão e Barcelos. Objetivo é dar continuidade.
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Concertos em túneis, teatros, cinemas, discotecas, centros comerciais e espaços públicos. É este o perfil do Square, um festival de inverno que nasceu associado à Braga 25 - Capital Portuguesa da Cultura, mas que abrange o Quadrilátero Urbano do Minho, espalhando-se também por Guimarães, Barcelos e Famalicão. Nasceu com esse vínculo, mas quer prolongar-se para lá do momento fundador: “Os indicadores são positivos: na adesão do público, na recetividade das pessoas da região. Temos de falar com os nossos parceiros. Há a ideia de continuar e desenvolver aqui um hub criativo”, diz Márcio Laranjeira, da direção, apenas um dia após o início do Square, na passada quarta-feira.
O que testemunhámos anteontem dá múltiplos argumentos para que o festival se mantenha e prospere. Veja-se a Feira de Barcelos, que se realiza desde o século XV. Era uma quinta-feira nornal. Tendas com artesanato, roupa ou produtos hortícolas. Populares às compras. Carrinhas de entregas a fazerem manobras. O bulício de sempre. Súbito, uma multidão de forasteiros, destacada pelo visual alternativo, acumula-se junto a um chafariz. Ia começar o concerto dos Housepainters, trio neerlandês que pratica pop sintética recheada de groove e soa a números como Radio 4 ou aos primeiros álbuns de Gary Numan. Desconfiados de início, depois curiosos, e finalmente participando, os habitantes de Barcelos, as suas crianças, os seus imigrantes, viram ali um corte na rotina, um momento inesperado, e abraçaram o concerto - filmando, meneando, comentando alegremente uns com os outros. Ver essa evolução diz-nos que o Square faz sentido.