Diploma de Manuel António Pina e textos raros de José Fernandes Fafe doados à Casa dos Livros, no Porto.
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Amigos e familiares de Manuel António Pina não faltaram ontem à sessão que formalizou a entrega do diploma do Prémio Camões à Casa dos Livros, o Centro de Estudos da Cultura em Portugal que tem vindo a albergar, desde a sua instituição, em 2017, o espólio de alguns dos mais destacados escritores portugueses do nosso tempo.
Adquirido pela Fundação Ilídio Pinho com o propósito da cedência imediata à Universidade do Porto, o documento - que o autor não chegou a receber em vida, devido aos sucessivos adiamentos na entrega - junta-se assim ao acervo digitalizado do poeta, que já se encontra no Palacete Burmester, à semelhança do que acontece com os espólios de Vasco Graça Moura e Eugénio de Andrade, estes em suporte físico.
Do reitor da Universidade do Porto, António de Sousa Pereira, à diretora da Faculdade de Letras, Paula Pinto Costa, passando pelo patrono da fundação, Ilídio Pinho, os discursos que se fizeram ouvir na sessão coincidiram na importância simbólica da doação, que se insere no objetivo da instituição de preservar e divulgar o património cultural.
A doação de José Paulo Fafe
Em dia de homenagem a Manuel António Pina, as atenções acabaram por centrar-se noutro protagonista. Já no final da sessão, José Paulo Fafe, administrador do Global Media Group, revelou a intenção de doar a este centro a primeira versão da biografia de Che Guevara, escrita pelo seu pai, José Fernandes Fafe, considerada um dos mais completos perfis do célebre combatente argentino.
Publicada em 1968, sob o pseudónimo de David Alport, na prestigiada editora italiana Mondedori, a primeira biografia mundial dedicada a Guevara não será o único texto do autor de "A vigília e o sonho" depositada na Casa dos Livros. José Paulo Fafe anunciou também o propósito de doar a totalidade da correspondência que o seu pai trocou com Jorge de Sena.