Jovem artista portuguesa lançou o seu primeiro longa-duração no início deste mês de maio.
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Dois anos depois de “Benefício da dúvida”, que encerrou uma trilogia composta ainda por “A flor da urtiga” (2021) e “Chove na sala, água nos olhos” (2019), cada um com sete faixas, Maria Reis está de volta à discografia – desta feita com um disco de longa duração. “Suspiro...”, que pode ser considerado uma espécie de ‘best of’ do que fomos assistindo da artista até agora, deixa ainda margem para melhoras. Foi lançado no passado dia 3 de maio.
Num trabalho que consolida a pendência de Maria Reis para o indie-rock, as guitarras elétricas estão mais calmas do que em anteriores trabalhos. “Suspiro...” é mais uniforme, mantendo a mesma proposta musical do início ao fim. Com ritmos simples, recebemos um álbum mais próximo do sonho e da melancolia, em contraponto com os sons mais estridentes e ásperos de outros anos – o que de mais perto encontramos dessa fase é “Metadata”.
Com pouco trabalho de voz ou produção, ficam as harmonias “sinceras” de Maria Reis, tantas vezes, como até agora tem sido, fora de tom ou monocórdicas.
Propositado (como o forçado limite de voz que podemos ouvir em “Holofote”) ou não, a verdade é que, em “Suspiro...” a voz crua da artista parece encaixar de forma mais natural com as propostas musicais. Mesmo nas que parecem ser excessivamente caóticas, como é o caso de “Coisas do passado”.
A composição de todas as 11 canções presentes em “Suspiro...” ficou a cargo da própria Maria Reis. Na produção, conta com a ajuda de Tomé Silva. A compositora e música é um dos nomes saídos da Cafetra Records, que assina também este álbum com a sua chancela.
Maria Reis andará na estrada para apresentar o novo álbum. Os próximos concertos já anunciados acontecem em Ponta Delgada, Lisboa, Leiria e Coimbra, a 18 e 25 de maio e 14 e 28 de junho, respetivamente.