Esmoriz volta a acolher a partir desta sexta-feira o Tan Tan Tann, festival de artes performativas que chega este ano à nona edição,
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Há um segmento de arte feita no nosso tempo (ou em relativa proximidade) que se encaixa num plano esdrúxulo – pode assim parecer a um puritano das artes clássicas. As possibilidades de abordagem tornaram-se incontáveis. Se por um lado o inusitado rompe as portas dos museus – recorde-se “Fonte” do Marcel Duchamp ou “A artista está presente” de Marina Abramović – a arte já não permanece enclausurada: sai rumo ao inesperado e de múltiplas formas.
Serve o presente para apresentar o espaço que acolhe o “Tan Tan Tann”, festival de artes performativas contemporâneas, que realiza a sua nona edição entre sexta e sábado, no sítio de sempre: a tanoaria Josafer, em Esmoriz, Ovar. É aqui que se desenvolve a arte homónima, que consiste em construir vasilhames de madeira, como pipas, que se destinam sobretudo ao armazenamento de vinho (a Josafer também exporta para destilarias de whisky na Grã-Bretanha).
O nome, “Tan Tan Taan” recebe o nome daquilo que mais se ouve na casa que o acolhe: o eco dos martelos que talham a madeira e a envolvem com aros de ferro. O festival é organizado pela companhia Imaginar do Gigante, que se debruça sobre as artes performativas e obras contemporâneas; tem uma forte componente dedicada ao público infantil.
Os planos para sexta começam pelas 21.30 horas. A companhia francesa Dírtztheatre inaugura o “Tan Tan Tann” com “Alias”, uma performance “sensível e carnal”, onde um homem vai revelando as suas camadas a partir do encontro com o “outro”. Segue-se a simbiose da viola campaniça com a música eletrónica por Carlos Raposo, que leva quem o ouve numa quase viagem psicadélica, onde Carlos Paredes e um Mini Moog se encontram em arranjos.
Sábado, no mesmo horário, “Les petites géométries”, pela companhia Juscomama, leva duas cabeças envoltas em cubos pretos a observarem-se mutuamente, e a serem observadas pelo público. De seguida, Arianna Casellas y Kauê oscilam entre a declamação e a canção venezuelana.
Ao longo dos dois dias de “Tan Tan Tann” está patente a instalação de Paulo Moita “A morte das certezas”.
Os espetáculos são endereçados a maiores de 12 anos. Entrada livre, sujeita à lotação do espaço.