Teatro do Noroeste põe Salgueiro Maia a "conversar" com o público

A peça escrita e interpretada pelo ator Ricardo Simões, também diretor artístico da companhia, foi criada a partir do livro “Crónicas da Guerra Colonial e do 25 de Abril” da autoria de Salgueiro Maia, mas vive também dos contributos dos espectadores de cada vez que vai a palco.

Segundo o intérprete, o espetáculo apresentado esta segunda-feira em conferência de imprensa, uma década depois da estreia (2014) num antigo paiol de munições (do Forte de Santiago da Barra), também naquela cidade, é sobre “memória, liberdade e futuro”. Começa sempre com uma deixa de um dos espectadores que, na apresentação anterior, tenha contribuído com alguma história sobre abril e o célebre “capitão sem medo”, um dos heróis da revolução portuguesa.

“Começado há dez anos, este espetáculo passa hoje por aqui e vai continuar até um dia que não podemos ainda determinar”, declarou Ricardo Simões, o “Salgueiro Maia” com quem o público poderá “conversar”. O ator contou que em 2014 escreveu “um texto para um monólogo”, que despertou as mais diversas reações de espectadores. Acabou por, de forma inusitada, passar a integrar as suas histórias e conversas, misturadas com passagens da obra “Crónicas da Guerra Colonial e do 25 de Abril”, escrita pelo capitão e adaptadas a teatro.

“Muitas das palavras são do próprio Salgueira Maia”, sublinha o protagonista do espetáculo, que vive (também) do improviso.

A reposição da peça com cerca de 80 minutos acontece agora, no âmbito das comemorações dos 50 Anos do 25 de Abril, na sala experimental do teatro Municipal Sá de Miranda. Inclui, além de legendas em inglês, tradução simultânea em língua gestual num dos dias (4 de maio) e uma conversa após o espetáculo (3 de maio).  As sessões estão programadas para quinta-feira às 11 horas, sexta-feira às 21 horas, sábado às 19 horas e domingo às 16 horas. O preço dos bilhetes oscila entre quatro e dez euros.