A televisão pública espanhola pediu, esta sexta-feira, que se debata a participação de Israel no concurso deste ano da Eurovisão, devido à guerra em Gaza.
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A RTVE enviou uma carta à União Europeia de Radiodifusão (UER), que organiza o evento, "a pedir um debate sobre a participação da televisão pública israelita (KAN)" no concurso, informou a emissora pública espanhola num comunicado.
A cidade suíça de Basileia sediará o luxuoso evento anual — um dos maiores eventos de televisão ao vivo do mundo, que envolve países da Europa à Austrália — na arena coberta St. Jakobshalle, com as semifinais nos dias 13 e 15 de maio e a final a 17 de maio.
As emissoras públicas dos países participantes selecionam o candidato que as representará, portanto, a ausência da KAN significaria que não haveria qualquer artista israelita no evento deste ano.
A RTVE afirmou que "reitera o seu apoio" à Eurovisão, "mas também reconhece as preocupações que a situação em Gaza e a participação da televisão pública KAN estão a despertar na sociedade civil espanhola".
"Seria apropriado que a EBU reconhecesse a existência deste debate e fornecesse um fórum de discussão entre as emissoras membros da EBU sobre a participação da televisão pública israelita", acrescenta a missiva.
Sobrevivente de 7 de outubro
Milhares protestaram na competição do ano passado na cidade sueca de Malmö contra a participação de Israel, tendo como pano de fundo a guerra entre Israel e o Hamas em Gaza.
A cantora israelita Eden Golan teve que mudar a letra da cancão em prova devido às referências ao ataque mortal do Hamas contra Israel a 7 de outubro de 2023, que desencadeou a guerra.
Uma sobrevivente desse ataque representará este ano Israel em Basileia.
Quando militantes do Hamas mataram mais de 370 pessoas no festival de música Nova, Yuval Raphael sobreviveu escondendo-se sob uma pilha de corpos.
A emissora pública finlandesa Yle recebeu duas petições no mês passado a exigir que pressionasse a organização do evento para a proibição de Israel na competição devido à guerra em Gaza. Uma delas foi assinada por mais de 500 profissionais da indústria musical e cultural, enquanto uma petição pública foi assinada por mais de 10 mil pessoas.
Israel venceu a disputa quatro vezes, mais recentemente em Lisboa, em 2018.