Grupo volta aos discos com ‘’Last night in Amsterdam’’ e chega em janeiro aos coliseus de Lisboa e Porto. Vocalista Pedro Tatanka avalia os 15 anos de carreira em conversa com o JN.
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Nascidos em 2010, prestes a assinalar 15 anos, preparados para continuar a encher o país de funk, rock e soul, até que a “faísca” lhes falte. Assim chegam os Black Mamba ao final de 2024, depois de editarem ‘’Last night in Amsterdam’’.
O quarto disco alimenta-se da energia e do espírito de Amesterdão, que tanto impactou o grupo em 2018. Em 13 faixas, são contadas histórias e experiências, sempre em ligação à boémia do Bairro Alto, em Lisboa, que inspirou o disco de estreia (“The Black Mamba”); com fragrâncias de toda a cultura retro dos anos 1970 que habita no imaginário do grupo.
Ao JN, o vocalista Pedro Tatanka explica como o novo trabalho se desenhou há seis anos: “O conceito ganhou forma em 2018, quando fizemos uma tournée meio ‘underground’ nos Países Baixos. Acabámos a tocar na famosa coffee shop Bulldog, e no geral ficámos muito contagiados com aquele ambiente místico e meio psicadélico de Amesterdão. E como também crescemos no ambiente boémio do Bairro Alto, aquilo inspirou-nos a voltar ao passado, às origens”.
Foi também nessa altura que surgiu “Love is on my side”, tema novamente inspirado na capital holandesa e que consagrou o grupo como vencedor do Festival da Canção em 2021.
“No máximo da plenitude”
“A partir daí, aumentou o ânimo para materializar a ideia de usar como pano de fundo os anos 70 em Amesterdão, quando a cidade era uma capital hippie do mundo. E baseámo-nos nisso e na música desse tempo, sempre com o funk e o soul norte-americanos muito presentes”, resume.
Para Tatanka, e para o baterista Miguel Casais, a sonoridade do grupo é isto: uma “mistura” dos gostos, culturas e influências dos seus elementos, das sonoridades americanas às mais brasileiras, do hip-hop e gospel à música africana.
A celebrar 15 anos de carreira em 2025, os Black Mamba sublinham um momento-chave – a representação de Portugal na Eurovisão –, assumindo que estão onde gostariam de estar. “Estamos vivos e com saúde. Acho que estamos no nosso melhor momento, no máximo da nossa plenitude, a conseguir fazer a melhor música que já fizemos”, diz Tatanka, vincando a experiência acumulada.
A festa e a celebração
“É isso, temos muita vontade de tocar, ensaiar, gravar, de fazer músicas. Acho que quando se perder essa faísca, quando essa chama se apagar, aí sim estaremos num mau momento”, conta. E reforça: “Até lá estamos bem, sentimos que somos acarinhados pelo nosso público, portanto não nos falta nada. Agora, claro, há momentos altos e há momentos em que as coisas não resultam como queremos, a vida é assim”, diz.
Pontos altos, serão certamente os concertos nos coliseus (Lisboa, 17 de janeiro, e Porto, 24), que já estão a preparar. Serão “datas especiais”, as primeiras deste disco, que banda tocará na íntegra, com revisita aos anteriores. Depois, virá a tournée dos 15 anos, em formato já mais condensado, mas sempre “em jeito de festa e celebração”.