O jornal norte-americano "The New York Times" vai emitir o seu primeiro anúncio publicitário em televisão desde 2010 para combater o efeito Donald Trump.
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Será a primeira grande campanha feita pelo "The New York Times" (NYT) em décadas e acontecerá pela primeira vez este domingo à noite, num dos intervalos da cerimónia de entrega dos Oscars. A publicidade do diário nova-iorquino centrar-se-á no lema "A verdade é difícil. Difícil de encontrar. Difícil de saber. A verdade é mais importante agora do que nunca" e estará presente em várias plataformas. Foi esta a forma encontrada pelo jornal norte-americano para combater Donald Trump, que apelida os jornalistas e a comunicação social de "inimigos do povo".
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O editor Arthur Sulzberger, Jr. afirmou em comunicado que o NYT está "comprometido com a procura pela verdade", especialmente numa época "em que há tantas incertezas sobre o que é real e o que são notícias falsas".
O anúncio que será transmitido no intervalo da gala da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas de Hollywood, acompanhada em direto nos EUA pela ABC, não só inclui a primeira grande aposta do jornal em publicidade como é o primeiro em televisão desde 2010. Durante 30 segundos, irá simular uma pesquisa na Internet de várias frases, como "a verdade é que a nossa nação está mais dividida do que nunca", "a verdade é que temos de proteger nossas fronteiras" e "a verdade é que os media são desonestos", entre outras.
A notícia desta campanha surge dias depois de o "The Washington Post" também ter empregado esforços na luta contra Donald Trump ao apresentar um novo slogan - "A democracia morre na escuridão" -, também ele uma resposta à forma como o presidente dos Estados Unidos lida com os jornalistas.
Desde que foi eleito que Trump se refere frequentemente de forma negativa à comunicação social, especialmente ao NYT, "The Washington Post" e à CNN. Aliás, esta sexta-feira, a Casa Branca impediu a entrada de jornalistas da CNN, BBC, "The New York Times", "LA Times", "The New York Daily News" e do "Daily Mail", impedindo-os de acompanhar o "briefing" diário feito pelo porta-voz da Casa Branca, Sean Spicer.