O candidato republicado à presidência dos EUA ameaçou com processo de difamação. Jornal norte-americano diz que acolhe "de bom grado" a oportunidade de se encontrarem em tribunal.
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O "The New York Times" informou os representantes de Donald Trump, através do seu advogado, que não irá retirar do seu "site" a notícia de acusações de assédio sexual por parte do candidato republicano às presidenciais dos EUA a duas mulheres. Na passada quarta-feira, o jornal norte-americano relatou os casos narrados por Jessica Leeds e Rachel Crooks, que acusaram o político de se ter comportado de forma inapropriada.
Trump começou por negar todas as acusações - afirmando-as "total e absolutamente falsas", e atribuindo a culpa à "imprensa mentirosa". Mais tarde, o "The New York Times" recebeu um comunicado a exigir que a notícia fosse eliminada do seu "site". Caso contrário, o empresário iria processar o jornal por difamação.
"O senhor Trump vangloriou-se destes toques sexuais não consensuais em mulheres. Vangloriou-se por invadir o camarim de concorrentes de concursos de beleza. Concordou com o pedido de um apresentador de rádio para fazer comentários sobre a sua própria filha como 'gostosa'. Diversas mulheres não mencionadas no nosso trabalho manifestaram-se publicamente sobre avanços indesejados do senhor Trump. A nossa notícia não teve o menor efeito sobre a reputação do senhor Trump, ao contrário das suas próprias palavras e ações", lê-se na carta que o advogado do jornal, David E. McCraw, enviou aos representantes de Donald Trump.
Nesta, é ainda referido que a notícia em causa é de "interesse nacional" e que os jornalistas "trabalharam para confirmar relatos, além de terem dado aos leitores a resposta de Trump, inclusivamente o seu desmentido". "Se o senhor Trump discorda, se acredita que os cidadãos norte-americanos não têm direito a ouvir o que estas mulheres têm a dizer e se a lei deste país nos forçar e àqueles que ousam criticá-lo a permanecer em silêncio ou a serem punidos, acolheremos de bom grado a oportunidade de nos encontrarmos em tribunal", conclui a carta.