Sátira a uma sociedade brilhante por fora e podre por dentro já estreou nova dose.
Corpo do artigo
Não há que enganar, a fórmula é vencedora. Um cadáver aparece misteriosamente e estraga as glamorosas férias a uma mão cheia de americanos ricos, arrogantes e com dificuldades de adaptação a novos ambientes. É só isto. Mas é tanto. A HBO ainda só disponibilizou um episódio da terceira temporada da série “The White Lotus” – as estreias são à segunda-feira – mas a requintada ironia característica da produção de Mike White já lá está.
Desta vez, a ação decorre na Tailândia, depois de ter passado pelo Havai e pela Sicília. O elenco foi minuciosamente escolhido e junta vários rostos conhecidos. Em destaque na história está, para começar, o (irritante) casal Ratliff: uma dondoca constantemente medicada (Parker Posey) e um empresário que parece guardar alguns segredos (Jason Isaacs). E, claro, os seus três filhos: Saxon (Patrick Schwarzenegger), o tradicional machão que mostra logo tudo – sim, mesmo tudo – Pipe (Sarah Catherine Hook), que está a escrever uma tese sobre religião, e o doce Lochlan (Sam Nivola), claramente a tentar perceber qual a sua orientação sexual.
Depois, há ainda o estranho Rick (Walton Goggins) e a namorada, Chelsea (Aimee Lou Wood, estrela da série “Sex Education”) que parecem, na verdade, saturados um do outro. A fechar o elenco de luxo, três amigas que se reúnem após alguns anos de afastamento, Jaclyn (Michelle Monaghan), Laurie (Carrie Coon) e Kate (Leslie Bibb), para a “digressão da vitória”. Muito saudosas, felizes e... cínicas.
Os detalhes visuais e sonoros ligados à Tailândia são um encanto para os sentidos: a paz de espírito é real. Se já seguia a série, prepare-se. É mesmo verdade: a música de abertura mudou, o que causou histeria nas redes sociais. Primeiro estranha-se, depois entranha-se e, ao segundo episódio, é bem capaz de gostar mais deste tema do que anterior. Quer apostar?