O prémio organizado pela Câmara Municipal da Guarda desde 2004 tem o valor de 7500 euros e distingue personalidades ou instituições com uma intervenção relevante no âmbito da cultura, cidadania e cooperação ibéricas.
Corpo do artigo
O cardeal português Tolentino de Mendonça, poeta e teólogo, venceu esta sexta, por unanimidade, o Prémio Eduardo Lourenço, divulgou a Câmara Municipal da Guarda.
No valor de 7500 euros atribuídos ao vencedor, o prémio Eduardo Lourenço distingue personalidades ou instituições com uma intervenção relevante no âmbito da cultura, cidadania e cooperação ibéricas.
Uma nota da Câmara Municipal da Guarda recordou que o júri da 21ª Edição do Prémio Eduardo Lourenço esteve reunido na sede do Centro de Estudos Ibéricos (CEI), naquela cidade.
“O júri reconheceu o perfil do intelectual, do humanista e do poeta que marca inequivocamente a cultura portuguesa contemporânea. Igualmente reconheceu o pensador ecuménico e do diálogo que, com a sua obra, nos ensina que a fronteira é um mistério de encontro. Na ocasião dos 25 anos do Centro de Estudos Ibéricos, o Prémio Eduardo Lourenço 2025 distingue, na personalidade de José Tolentino Mendonça, o valor da Educação e da Palavra como fontes de inspiração para fortalecer laços que cruzam todas as fronteiras e dos quais o diálogo ibérico tem sido exemplo”, referiu a Câmara.
Tolentino de Mendonça é poeta e professor. Nascido na ilha da Madeira em 1965, estudou Ciências Bíblicas em Roma. Vive no Vaticano desde 2018, onde foi responsável pela Biblioteca Apostólica e pelo Arquivo Secreto. É atualmente prefeito do Dicastério para a Cultura e a Educação e em 2019, foi elevado a cardeal pelo Papa Francisco.
A sua trajetória enquanto escritor teve início em 1997 com o lançamento do seu primeiro livro “Longe não sabia”, e atualmente conta com 49 obras publicadas. O seu trabalho mais recente é “A vida em nós”, organizado por aforismos filosóficos. Os seus livros têm sido distinguidos com vários prémios, entre eles o Prémio Cidade de Lisboa de Poesia, o Prémio PEN Clube de Ensaio, o italiano Res Magnae, para obras ensaísticas, o Grande Prémio de Poesia Teixeira de Pascoaes APE, o Grande Prémio APE de Crónica, Prémio Capri-San Michele, o Prémio D. Diniz, Francisco de Sá de Miranda e o Prémio Pessoa.
O júri do prémio Eduardo Lourenço foi constituído pelos membros da direção do CEI: presidente da Câmara Municipal, Sérgio Costa, e os vice-reitores das Universidades de Coimbra (UC) e de Salamanca (USAL), Delfim Leão e Matilde Olarte, respetivamente.
Manuel Santos Rosa e Luís Umbelino, da UC, Antonio Notario e María Isabel Martin Jiménez da USAL, também constituem o júri, assim como as personalidades convidadas António Apolinário Lourenço e Désirée Pedro, indicados pela Universidade de Coimbra, e Juán Andrés Blanco e María Teresa Conesa, indicados pela Universidade de Salamanca.A investigadora e ensaísta espanhola Isabel Soler foi a vencedora da última edição do prémio, tendo então sucedido à escritora portuguesa Lídia Jorge.
Entre os vencedores de edições anteriores encontram-se também Maria Helena da Rocha Pereira, professora catedrática de Cultura Greco-Latina (2004), Agustín Remesal, jornalista (2006), Maria João Pires, pianista (2007), Ángel Campos Pámpano, poeta (2008), Jorge Figueiredo Dias, professor catedrático de Direito Penal (2009) e César António Molina, escritor (2010). Mia Couto, escritor (2011), José María Martín Patino, teólogo (2012), Jerónimo Pizarro, professor e investigador (2013), Antonio Sáez Delgado, professor e investigador (2014), Agustina Bessa-Luís, escritora (2015), Luis Sepúlveda, escritor (2016), Fernando Paulouro das Neves, escritor e jornalista (2017), Basilio Lousada Castro, escritor (2018), Carlos Reis, professor e investigador (2019), Ángel Marcos de Dios, professor (2020), Fundação José Saramago (2021), Valentín Cabero Diéguez, geógrafo e professor (2022) são os outros galardoados.