
Trabalhadores da Lusa entregaram carta aberta a Marcelo e Costa
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Trabalhadores da Agência Lusa, em greve pela melhoria dos salários e das condições de trabalho, entregaram, esta sexta-feira de manhã, cartas abertas ao presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, e ao primeiro-ministro, António Costa.
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As cartas foram entregues no final de uma visita de Costa e Marcelo à Universidade de Aveiro. "Os trabalhadores da Lusa entregaram esta carta para sensibilizar para a nossa luta", disse ao JN o jornalista e dirigente sindical, Simão Freitas. "Ao primeiro-ministro pedimos que possa desbloquear a questão" dos aumentos salariais. "O presidente da República reconheceu a importância fulcral da Lusa para a democracia e o país, enquanto António Costa apenas disse que já tinha a carta", acrescentou.
"Os trabalhadores não são aumentados há 12 anos e pedem 100 euros de aumento", explicou Simão Freitas. A administração começou por oferecer 35 euros, que aumentou para 74 quando foi marcada a greve. Os trabalhadores mantêm disponibilidade para negociar e deram sinal disso, esta semana, antes da greve avançar. "Baixámos para 100 euros da reivindicação original de 120, de 10 euros por cada ano sem aumento", explicou aquele dirigente do Sindicato dos Jornalistas (SJ).
As cartas entregues a Costa e a Marcelo "explicam os motivos pelos quais os trabalhadores da Lusa se veem obrigados a fazer quatro dias de greve para reivindicarem menos de 10 euros por cada um dos 12 anos sem aumentos salariais", explicam os sindicatos representativos da única agência de notícias portuguesa.
"A adesão à greve continua extremamente alta e a linha permanece fechada, com piquete de greve no Porto, esta presença em Aveiro e um protesto junto da residência oficial do primeiro-ministro, em Lisboa", revelou aquele dirigente sindical. "Os trabalhadores mostram-se unidos neste segundo de quatro dias de greve e esperam que a administração possa vir ao encontro das suas reivindicações", comentou Simão Freitas.
O três sindicatos representativos dos trabalhadores, - SJ, SITE e SITESE - "esperam que hoje seja aprovada, no Parlamento, a proposta de aumento da indemnização compensatória para a Lusa", a verba do Estado para financiar o serviço público de jornalismo na empresa. E defendem "que esse aumento seja para salários dos trabalhadores".
A linha noticiosa da Lusa está fechada desde o início da tarde de quinta-feira, depois de 14 horas sem qualquer notícia, por força da greve, que começou às 0 horas de quinta-feira. A paralisação dura até às 0 horas de segunda-feira. As ações de luta vão continuar durante o fim de semana, dizem os trabalhadores.
