Quarta edição da Transborda contempla espetáculos, laboratórios, performances e debates, entre 27 de abril e 12 de maio.
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Está de volta o evento que privilegia as artes performativas, levando a público obras que representam o que de melhor e mais inovador se faz atualmente na coreografia nacional e internacional. Na sua 4ª edição, a Transborda contempla um programa com espetáculos, laboratórios, atuações e debates; tudo em Almada a partir deste sábado, 27 de abril e até 12 de maio.
O evento decorre no Fórum Municipal Romeu Correia, no Teatro Municipal Joaquim Benite e na Casa da Dança, onde se reúnem, ao longo de vários dias, artistas e criadores de todo o mundo para dar espaço e luz às artes performativas.
Este ano, a Transborda leva primeira vez a Almada a coreógrafa croata radicada em França, Ivana Müller, com o espetáculo “Forces of nature”, mas propõe muito mais: a iniciativa da Casa da Dança procura trazer coreógrafos de excelência num formato de mostra virado também para a investigação, o intercâmbio e a qualificação artística e, por isso, cada edição apresenta um panorama da obra de um artista internacional e cria ações direcionadas para a partilha das suas propostas e práticas.
Nesta linha, em 2024 Cristian Duarte dirige “Para tocar e não prender”, um Laboratório-Performance com 30 participantes de diversas nacionalidades; e Ivana Müller partilhará os seus caminhos e investigações num laboratório intensivo. Em “Janet Panetta, diosa ancestra”, de Cecilia Lisa Eliceche, vive-se uma verdadeira “oferenda dançada” à mestre de ballet Janet Panetta, celebrando a sua vida e o seu legado.
É proposta ainda uma viagem por três trabalhos do coreógrafo Cristian Duarte, o solo “The hot one hundred choreographers”, uma referência para a dança no Brasil; “Presentes”, um dueto em colaboração com a bailarina Aline Bonamin; e “Para tocar e não prender”, a já referida performance com 30 participantes locais.
Estes são apenas alguns dos pontos altos do evento, tal como explicam ao JN os programadores da Transborda, Adriana Grechi e Amaury Cacciacarro. “A cada edição da Transborda procuramos apresentar um pequeno panorama da obra de um artista internacional, este ano com o coreógrafo brasileiro Cristian Duarte. Pela primeira vez a coreógrafa e autora de textos croata Ivana Müller apresenta “Forces of nature” no Teatro Municipal Joaquim Benite. E temos ainda o coreógrafo português Rafael Alvarez a estrear “Mono-no-aware” e Gio Lourenço com “Boca fala tropa”, destacam no cartaz.
Segundo os responsáveis, à 4ª edição da Transborda, há já uma verdadeira comunidade plural, formada por artistas, estudantes e interessados em artes performativas que acompanharam as três edições anteriores e que participaram das atividades da Casa da Dança de Almada nos três últimos anos. A expetativa para esta e próximas edições é, por isso, crescente: a de “ampliar cada vez mais os diferentes públicos e aproximar pessoas de diversas culturas, gerações e condições sociais da criação contemporânea em dança”.
“Para quem ainda não conhece a Transborda convidamos para assistir aos trabalhos dos artistas e também para acompanhar os laboratórios e as conversas. A Transborda
apresenta artistas conectados com o mundo contemporâneo que propõem experiências e refletem de forma participativa sobre questões que afetam a vida “em comum”. Todos os laboratórios são gratuitos e também algumas apresentações. Outras têm bilhetes bastante acessíveis”, concluem Adriana Grechi e Amaury Cacciacarro.
Nos últimos anos participaram nos Laboratórios-Performances organizados pela Casa da Dança cerca de 300 artistas e estudantes de dança de 28 países, de Angola, a Cabo-Verde, Guiné-Bissau, Equador, Colômbia, Alemanha, Itália, França, Inglaterra, Brasil e Portugal.
O programa completo e bilhetes podem ser consultados online.