1.º MEO Kalorama arranca esta quinta-feira em Lisboa. Espera acolher mais de 100 mil pessoas até sábado. Arctic Monkeys e Nick Cave são cabeças de cartaz.
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O "último grande festival de verão da Europa" arranca esta tarde no Parque da Bela Vista, em Lisboa. O MEO Kalorama, uma inédita parceria ibérica entre a lusa House of Fun e a espanhola Last Tour, aterra com estrondo no mapa cultural nacional e traz três palcos recheados de nomes consagrados, estrelas em ascensão e jovens promessas. Em ano de estreia, a organização espera receber mais 100 mil pessoas ao longo dos três dias, sendo que mais de 25% são estrangeiros.
Esta noite, as atenções estarão concentradas em dois nomes icónicos da música eletrónica: Kraftwerk e Chemical Brothers. Os pioneiros alemães abriram caminho para o carismático duo de Manchester que, por sua vez, já influenciou toda uma geração de novos artistas. Não faltarão sintetizadores, big beats e muitas projeções multimédia. Ainda hoje, salientam-se a eletrónica tropical e exótica dos colombianos Bomba Estéreo, a soul pop atmosférico de James Blake e um exclusivo "back2back" entre os belgas 2 Many DJs e Tiga.
Na sexta-feira sobem ao palco os Arctic Monkeys, um dos nomes mais aguardados do festival. Os britânicos acabaram de estrear um single mas o novo disco, com saída marcada para 21 de outubro, ainda não deverá merecer uma presença forte no alinhamento. Ao vivo, a banda de Alex Turner costuma destacar temas mais diretos e rebeldes, oriundos dos primeiros álbuns. Seja qual for o alinhamento final, é praticamente certa uma prestação energética, com muitos saltos e ancas a menear.
A ex-Moloko Roisin Murphy, o jazz hipnótico de Bonobo e os promissores The Lathums são outras apostas do dia.
No sábado, Nick Cave & The Bad Seeds fecham uma tournée europeia que, em junho, passou com distinção pelo Primavera Sound, no Porto. Após cinco décadas de carreira, já não há muito mais a dizer sobre a invulgar personagem australiana que deixa tudo o que tem em cima de palco. Também a ver e escutar: o eletropunk de Peaches, as melodias quentes de Chet Faker, o techno marchante dos MEUTE e os dançáveis Disclosure.
Forte armada nacional
A música nacional estará bem representada no Kalorama . A abertura oficial fica a cargo de Rodrigo Leão e o início de cada dia terá a curadoria do coletivo "Chelas é o Sítio", de Sam The Kid. Pelos três palcos ainda irão passar Ornatos Violeta, Legendary Tigerman, Moullinex, Xinobi, Bruno Pernadas, You Can"t Win Charlie Brown, Club Makumba e D"Alva, entre outros.
A organização explica que houve uma grande preocupação com a inclusão e a sustentabilidade do evento para não perturbar o "ecossistema humano, social e económico" da zona.
"A sinalética é toda bilingue, há WC não binários e binários, uma plataforma junto para pessoas com défice auditivo e uma plataforma para pessoas em condição mais frágil e mobilidade reduzida e um bar acessível a todos. Tentámos pensar nas mais de 100 mil pessoas que aqui virão", explica Andreia Criner, porta-voz da organização.
Foi escolhido um local já com infraestruturas montadas para reduzir a pegada ecológica ao mínimo e, dentro do possível, serão usados materiais de outros eventos que, depois, poderão ganhar uma nova vida.
Aqui não se usa dinheiro físico, só cartões "contactless"
No interior do MEO Kalorama não se vai aceitar dinheiro físico. Todos os pagamentos de bebidas, alimentos e produtos oficiais terão de ser efetuados por cartões de crédito ou débito que tenham tecnologia "contactless" (sem contacto). Para quem não os tiver, o festival disponibiliza cartões pré-pagos temporários para usar durante o festival. No recinto, haverá quatro pontos de carregamento destes cartões. No final do evento, caso sobre saldo, terá de se preencher um formulário online e pagar uma taxa de 1,5 euros para recuperar os fundos não utilizados. Ainda terá de se pagar um euro por cada copo reutilizável, valor não reembolsável.