Três médicos, dois engenheiros e um professor tocam esta sexta-feira no Marés Vivas
Os Quatro e Meia, banda de Coimbra composta por três médicos, dois engenheiros e um professor de música, lançaram, no passado dia 30, o disco de estreia. "Pontos nos is" é fruto de quatro anos de trabalho. Pode parecer muito tempo, mas não é, tão absorventes são as suas profissões.
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A música é um "hobby" que os seis músicos levam "muito a sério", como se poderá comprovar, nesta sexta-feira, no palco Santa Casa do Festival Meo Marés Vivas. É um dos vários concertos que têm agendados até ao final do ano, com grande probabilidade de surgirem de fato, apesar do calor.
"Pontos nos is" reúne onze temas originais muito diversos. O single "Sentir o sol" não representa o estilo do álbum, porque não existe só um, explicam. Certo é que há uma forte raiz portuguesa na música que fazem com instrumentos acústicos e letras na língua mãe.
Pedro Figueiredo, que assegura a percussão e é médico, usa uma imagem para falar desse primeiro disco, "despido de grandes efeitos": "O nosso apartamento não tem acabamentos de luxo, mas está-se muito bem lá dentro".
Rentes ainda à ideia de casa, os músicos recordam um vizinho que construiu a sua à saída do trabalho, e concluem que o disco também nasceu assim.
"Não me lembro de ter gravado antes das 22.30 horas, em dias da semana", diz Tiago Nogueira, responsável pela guitarra e voz, além de médico . "95% do álbum foi feito em horário pós-laboral."
Podiam ser "Os amigos do Tiago", mas ficaram Os Quatro e Meia
Os elementos da banda conheceram-se no meio académico coimbrão, e foi em Coimbra que se estrearam como tal. Nada foi planeado, explica Tiago. A irmã frequentava a Academia de Dança do Centro Norton de Matos, que em 2013 organizou um sarau para levar um grupo ao Canadá, e ele convenceu uns amigos a ir lá fazer "uma brincadeira musical".
Na altura, eram cinco. Ou melhor, quatro e meia, sendo "meia" Rui Marques, engenheiro civil que se ocupa do contrabaixo e cuja estatura explica o gracejo. Mais tarde entrou Pedro, mas "Os Cinco e Meia já não soava bem", contam, entre risos. Outra hipótese era "Os amigos do Tiago", atira um. Mais risos.
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Além de Pedro Figueiredo, Tiago Nogueira e Rui Marques, compõem Os Quatro e Meia João Cristóvão Rodrigues (violino e bandolim, e professor de música), Mário Ferreira (acordeão e voz, além de engenheiro informático) e Ricardo Liz Almeida (guitarra e voz, também médico).
A conversa com o JN, numa esplanada anoitecida de Coimbra, faz-se com muitos risos pelo meio. Os Quatro e Meia são divertidos, mas descontração não é desmazelo, sublinham. Aliás, o título do disco é um sinal de afirmação: chegou a hora de pôr os "Pontos nos is".
