Três Tristes Tigres lançam novo álbum. "Não queremos criar panfletos, queremos fazer poesia"

"Quisemos trabalhar sobre o que é o Mundo hoje, mas sempre com a ideia de transformar a informação que se escolheu ter. Não queremos criar panfletos, queremos fazer poesia." Eis o manifesto para "Arca", segundo álbum da segunda vida dos Três Tristes Tigres, pela voz de Alexandre Soares, responsável pelas guitarras e eletrónica do projeto que nasceu no Porto no início dos anos 1990.

Fundada por três mulheres - Ana Deus, Paula Sousa e Regina Guimarães -, a banda começou por se distinguir com a pop experimental e requintada de "Partes sensíveis" (1993). Juntar-se-ia, depois, Alexandre Soares, que estará presente na criação do disco mais emblemático da primeira fase dos Tigres - "Guia espiritual" (1996), eleito Melhor Álbum Nacional do Ano pelo jornal "Blitz". Antes da pausa, serão ainda editados "Comum" (1998) e a compilação "Visita de estudo" (2001). Segue-se um interregno de quase 20 anos, pontuado por aparições esporádicas, até ao lançamento de "Mínima luz" (2020), que recupera a música fina, literária e madura dos Três Tristes Tigres.