A Fundação Orquestra Estúdio, da Capital Europeia da Cultura de Guimarães, recrutou em Braga o seu membro mais novo. Emanuel Rocha, de 19 anos, o segundo trombone tenor do conjunto musical, vive dividido entre duas cidades que outrora foram rivais.
Corpo do artigo
Guimarães descobriu o Emanuel a estudar na Artave, escola profissional artística em Santo Tirso. De lá, trouxe o bracarense para ser um dos dois músicos que tocam trombone na orquestra vimaranense. Durante 2012, Emanuel está a morar com outro membro do conjunto na Avenida D. Afonso Henriques, em Guimarães.
Vai a Braga sempre que pode, ao fim de semana. Mas não se importa de ficar em Guimarães, até porque a considera uma cidade "fantástica". Gosta mais "da parte antiga", onde, de dia, deambulam os turistas, e, à noite, abrem os bares. Os amigos bracarenses "ficaram contentes" por ver Emanuel na orquestra, e ninguém se importa com o facto de o bracarense tocar em Guimarães na orquestra estúdio, onde "não esperava entrar". Na música, a rivalidade entre as cidades "não existe, bem pelo contrário". Futebol à parte, claro. Sobre este, impunha-se a pergunta: Braga ou Guimarães? "Benfica. Mas não ligo muito ao futebol", assume o jovem músico.
Despertou para a "primeira arte" no 6.oº ano, durante as aulas de música da Escola Básica 2,3 de Amares. Já ali dava cartas, tendo sido aconselhado pela professora a experimentar uma escola artística profissional: "Resolvi ir, mas para tocar flauta. Só que já estavam esgotadas as inscrições e deram-me o trombone", conta. Desde então que estuda o instrumento e a escolha, reconhece-o, "não foi má". Foi o trombone e o muito estudo que o inscreveram no universo da música, arte que desenvolve na Esmae - Escola Superior de Música, Artes e Espectáculo, no Porto - onde está a tirar a licenciatura.
O compositor austríaco Gustav Mahler é o exemplo que segue, e seu preferido. É também "o mais difícil de tocar e aquele que dá mais prazer", assume. Não esquece, porém, os compositores russos Tchaikovsky e Shostakovich. Os sonhos de uma carreira musical futura estão bem definidos. "Tocar sempre numa orquestra e dar aulas de música". Quem assiste a um concerto da Fundação Orquestra Estúdio encontra o Emanuel, jovem trombone tenor do lado esquerdo do palco, orientado pelo maestro Rui Massena.
Espera corresponder nos concertos de 2012 e elogia a opção de Guimarães em criar uma orquestra de raiz: "Se não fosse esta orquestra, hoje não tinha onde trabalhar". Está há três meses a viver a experiência com "alegria" e companheirismo, sobretudo com os colegas de sopros: "Estamos mais próximos daqueles que estão no nosso naipe de instrumentos". E lamenta que a orquestra não se prolongue em 2013.