Colóquios, exposições, publicações, espetáculos de dança, música e cinema, que terão lugar não só em território nacional - Lisboa, Porto e Lagos - mas também no Brasil e em Itália. Assim será celebrado o centenário da escritora e poeta portuense Sophia de Mello Breyner Andresen.
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A iniciativa, apresentada ontem na Casa Nacional da Cultura, em Lisboa, precisamente no dia em que se celebraram os 99 anos da autora de "A menina do mar" e do "Livro sexto", começará no dia 12 de janeiro de 2019, no Centro Cultural de Belém, com o projeto de dança clássica e contemporânea inspirado no livro "O cavaleiro da Dinamarca", pela Escola de Dança do Conservatório Nacional.
O primeiro colóquio terá lugar na Fundação Calouste Gulbenkian, a 16 maio, estando previsto também os colóquios "Sena & Sophia", no Rio de Janeiro e "O Mediterrâneo e o Atlântico em Sophia", em Lagos.
Para 6 de novembro de 2019 está marcado um dos pontos altos das comemorações, com um concerto no Teatro Nacional de São Carlos.
A apresentação do programa foi encabeçada pela filha da autora, Maria Andresen de Sousa Tavares, que explicou que haverá também espaço na programação para a sétima arte: "Na área do cinema está prevista a realização de um filme por Margarida Gil, baseado no conto "A viagem", enquanto Manuel Mozos irá dirigir um documentário televisivo sobre a vida e obra de Sophia.
A Cinemateca terá um programação especial com os filmes da vida de escritora, assim como obras já realizadas sobre Sophia.
Uma autora maior
Ao longo da sua vida, Sophia escreveu diversos livros de poesia, contos, ensaios e peças de teatro. Traduziu para português várias obras de Eurípides, Shakespeare e Dante para além de traduzir para francês grandes nomes da literatura nacional como Luís de Camões, Fernando Pessoa, Mário de Sá-Carneiro, entre outros.
Em 1999 foi reconhecida com o Prémio Camões, a primeira mulher a receber o mais importante galardão da literatura da língua portuguesa. O Prémio Rainha Sofia de Espanha, em 2003, foi o último reconhecimento em vida da escritora que faleceu em 2004, em Lisboa, e cujos restos mortais estão no Panteão Nacional.