Lusofonia Record Club assinala primeiro ano de vida com um disco único, inspirado em Moacir Santos. O balanço do projeto criado é "muito positivo", dizem os criadores.
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São edições em vinil de alta qualidade, exclusivas, limitadas, acompanhadas por histórias, prensadas em Portugal. No Lusofonia Record Club, o primeiro clube de vinil português por assinatura direcionado para a música lusófona, não são jornais, revistas ou links que os subscritores recebem: mas discos à antiga, com detalhes irresistíveis e alguma da melhor música, nova ou rara, do vasto mundo da lusofonia.
O clube para amantes de vinil funciona como editora de obras por subscrição. Aqui, os discos trazem algo único: são inéditos em vinil, reedições de discos icónicos raros, ou edições especiais com novidades. O material impresso fala da história do lançamento, do artista e do contexto em que tudo aconteceu, oferecendo uma experiência completa, da audição à narrativa, da história à coleção.
O projeto foi criado por Léo Motta, Tomás Pinheiro e Jorge Falcão, há pouco mais de um ano. "Tudo começou quando eu e o Tomás [Pinheiro] nos conhecemos num mestrado na Faculdade de Engenharia do Porto e logo percebemos que tínhamos muito em comum. Cerca de um ano depois, já amigos, ele trouxe a ideia (bem formatada) de começar um clube de vinil por assinatura, editando discos lusófonos e começando com o icónico José Pinhal. Enquadrámos a ideia, escrevemos um projeto para o StartUp Voucher e conseguimos aprová-lo", conta ao JN Léo Motta. O objetivo principal era o de promover a herança cultural lusófona, criar bons produtos musicais e formar uma comunidade de entusiastas do vinil. A primeira edição esgotou logo.
De Portugal à Austrália
No clube, a lusofonia não é pensada como conceito limitante, pelo contrário: quer-se criar espaço de diálogo, valorizar a riqueza cultural e linguística, abraçar a" multiplicidade dos dialetos que passa pelos sotaques brasileiros, os pesos e calões distintos do Norte ao Sul português, o charme verbal de cada ilha cabo-verdiana e a ancestralidade linguística dos PALOP", explica o clube. Na prática, diz Léo, tudo começa numa subscrição, como a de um jornal, com a diferença de que o produto é um disco de vinil: a cada dois meses, o assinante recebe "a edição atual, um kit com disco de vinil e o editorial impresso", adianta.
É possível adquirir este produto indo à loja virtual lusofoniarecordclub. com/loja; a diferença é que o preço para assinante é mais atrativo, e que na compra avulsa é possível escolher o produto dentro do catálogo. "O mix de produtos conta com edições próprias e discos de editoras parceiras, além de merchandising funcional, revistas, entre outros", conta ainda Motta, fazendo um balanço "muito positivo" do primeiro ano de vida.
"Conseguimos lançar edições exclusivas, pomos no mundo discos lindos para os olhos e ouvidos, tivemos um "sold out" no primeiro lançamento, promovemos a diversidade da música lusófona e fizemos um evento de sucesso numa casa icónica do Porto. Vendemos discos para Portugal, Brasil, Inglaterra, Alemanha, Austrália, Países Baixos, França, Espanha, entre outros", diz.