Dos que conheci, o Manuel António Pina foi o mais brilhante cronista da história do Jornal de Notícias. Entre o Pina e o JN, houve uma identificação de vida e cidadania que acabou por ajudar a moldar a marca de modernidade do jornal e a personalidade do homem de letras que brilhou no nosso firmamento com a lucidez da inteligência e a bonomia de quem tinha por ciência certa o culto da vizinhança empenhada e séria, olhos nos olhos.
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Muitos dirão muitas outras coisas e certamente muito apropriadas. Mas felizes, verdadeiramente felizes, somos os que pudemos desfrutar da seriedade que o Pina colocava naquele seu olhar penetrante para vislumbrar sempre um pouco além do estritamente obrigatório. Esse território do suplemento de alma existe e está aqui. Simplesmente porque foi aqui que ELE o plantou.
De algum modo, o formato de roteiro de exposição que demos ao especial da edição impressa do JN pretende representar esse suplemento de alma através da feliz associação entre a ideia do Museu Nacional de Imprensa para evocar o nosso Prémio Camões através desta oportuna exposição e o empenho criativo que é missão do JN para engrandecimento dos melhores de entre os nossos concidadãos.