Marilyn Manson reagiu às acusações de abusos com um dos seus melhores trabalhos dos últimos anos.
Corpo do artigo
Aos 55 anos e quando dava sinais de estar a desvanecer, o controverso músico voltou a encontrar foco nas alegações feitas contra si. Acossado por acusações de abusos sexuais, Marilyn Manson deu um golpe de rins e virou a mesa. “One Assassination Under God - Chapter I” é um violento contra-ataque aos seus detratores e um notável disco pesado e sombrio.
Foram quase quatro anos de silêncio a ouvir acusações graves de abuso, perseguição e maus tratos. Um silêncio que agora se soltou num enorme e pesado berro de revolta através da sua voz cada vez mais arrastada e provocadora, em sintetizadores negros e melódicos e poderosas guitarras distorcidas.
A intenção de Marilyn Manson fica clara logo no primeiros tema: “I won't suffer for your amusement” anuncia para logo depois contra-atacar: “Everybody showed up for the execution. But nobody would show their face”. “As sick as the secrets within” e “Raise the red flag” são do melhor que Marilyn Manson já fez. Duas músicas intensas e poderosas, com arranjos sublimes e refrães de fazer eriçar os pelos. “Death is not a costume” e “No funeral without applause” também não ficam atrás.
Destoam um pouco do tom, mas não da qualidade, “Nod If You Understand”, “Sacrilegious” e “Meet Me in Purgatory” que nos fazem recuar aos primeiros tempos, com mais groove e sarcasmo industrial, da banda. O fim do disco chega com “Sacrifice of the mass, uma quasi-balada de um western pós-apocalíptico, mas o epílogo ainda está longe.
“Este disco é apenas o primeiro capítulo de “One assassination under God” e o que se segue não promete ser bonito. “I dont give a fuck if you say your sorry. I wont accept your surrender!”, afirma Manson em “Raise The Red Flag”. E, vai mais longe. “You can send away your firing squad. You're gonna need to behead me”, promete Marilyn Manson em “No Funeral without Applause”, mostrando que está preparado para a guerra.