"O meu primeiro FITEI" arranca esta sexta-feira em Matosinhos. Ponto alto da programação será no feriado, no Coliseu do Porto
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A necessidade aguça o engenho, diz o ditado. Um fiel seguidor disso mesmo é Gonçalo Amorim, diretor artístico do Festival Internacional de Teatro de Expressão Ibérica (FITEI) e de "O meu primeiro FITEI", um filho pandémico que cumpre, a partir de hoje e até dia 2, a terceira edição.
Os salões de festa para a "primeira aproximação às artes cénicas para toda a família", como diz Amorim, são o Teatro Municipal de Matosinhos Constantino Nery, que recebe o evento hoje e amanhã, e o Coliseu Porto Ageas, reconvertido "numa praça de inverno que vai receber cinco propostas num só dia", o feriado de 1 de novembro.
Em Matosinhos, "O meu primeiro FITEI" recebe o coletivo Coração nas Mãos - recentemente premiado no Festival de Teatro de Castela e Leão - com a apresentação de "Carmim", "um espetáculo de circo contemporâneo, com bonitos números aéreos, inspirado na memória da avó de Joana Carmo Martins, encenadora", detalha.
Hoje, a aposta é para o público escolar de Matosinhos, e amanhã tem nova récita, às 15 horas.
Cinco em um
A programação retoma no feriado, no Coliseu Porto Ageas, entre as 14 e as 20 horas, com espetáculos de hora a hora. A fórmula contempla um passe de cinco euros, para assistir a cinco espetáculos e a uma feira.
Entre as propostas está uma estreia do Teatro de Montemuro, "Os cachos do meu cabelo", espetáculo dedicado ao tema do racismo. A restante programação fica completa com teatro tradicional Dom Roberto pelo Teatro e Marionetas Mandrágora, com a apresentação de "O Barbeiro diabólico" e o "Castelo dos Fantasmas".
"As árvores não têm pernas para andar", em que Joana Gama toca um "toy piano" abordando o tema da ecologia, é outra das propostas do evento. A estas junta-se a obra "O vaqueiro que não mente", do Teatro Tuk Tuk de La Fontana. A encerrar a maratona dramatúrgica, "Sorriso", do Teatro Só, uma estrutura que vive entre Vila Nova de Milfontes e Berlim. "Um teatro de rua com uma sensibilidade e um imaginário à portuguesa, em que uma velhinha é visitada pela memória do seu marido", explica o diretor.
Cada um dos espetáculos tem uma ilustração de Tiago Albuquerque para colecionar. No dia 1, além dos espetáculos, o público pode visitar a feira, com seis bancas de "oficinas de ilustração, brinquedos antigos, bonequinhas de pano, inspirados em Tim Burton, e a Livraria Velhotes (em Gaia), dedicada à infância e juventude". Na quarta-feira, ainda que o programa esteja pensado para escolas, ainda existem bilhetes para o público em geral.
Esta é uma edição "cautelosa de fim de ciclo de financiamento, mas que para o ano se avizinha maior".