Duo eletrónico britânico regressa com "Strawberry hotel", o mais estimulante dos seus álbuns em décadas.
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Poucas bandas trouxeram tanto pathos à pista de dança como os Underworld, número atualmente conduzido por Karl Hyde e Rick Smith. No seu 11.º álbum, que sucede à maratona experimental de “Drift series 1”, de 2019, voltam a perfurar a superfície neutra das batidas para encontrar o que se esconde de humano, contraditório e ambíguo num contexto em que os corpos se movem apenas por reflexos e impulsos.
“Strawberry hotel” reencontra o momento em que a festa vacila entre o mergulho definitivo na alienação e a possibilidade de uma reflexão luminosa que marcou os píncaros da banda nos anos 1990 – o álbum “Dubnobasswithmyheadman” e, sobretudo, os temas “Dark & long” e “Born slippy .NUXX”, aquele que se incrustou na pele alucinada de “Transpotting” (1996).