32ª edição do festival de jazz já abriu e prossegue até dia 18. Este sábado, o prato forte está por conta do contrabaixista Michael Formanek.
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O Centro Cultural Vila Flor encheu-se para ouvir a Vanguard Jazz Orchestra, nesta quinta-feira, na abertura do Guimarães Jazz 2023. O espetáculo foi dedicado ao centenário de Thad Jones, lendário fundador da mítica banda nova-iorquina.
A orquestra residente do reconhecido club de Nova Iorque Village Vanguard abriu com “Mean what you say”, composição e arranjo do próprio Thad Jones. A primeira música bastou para instalar o belo ambiente - e, subitamente, parecia que o aroma do vapor vanguardista de Nova Iorque era palpável no ar de Guimarães.
O primeiro músico a saltar da orquestra para solar foi Ralph Lalama, escolha acertada para conquistar a plateia que o brindou com o primeiro aplauso da noite. A cena repetiu-se à medida que das várias secções da banda – quatro trompetes, quatro trombones, cinco saxofones e ritmo, com piano, contrabaixo e bateria – foram avançando até à boca do palco quase todos os membros, para se entregarem, siderados, às suas frénitas performances a solo.
A música manteve o diálogo com o público aceso, mesmo assim as breves apresentações de Douglas Purviance (trombone baixo) introduziram divertidas notas de humor.
Foi o caso quando Purviance pediu ao público para imaginar que a banda já tinha saído e voltado a entrar para tocar o encore. “Somos demasiados velhos para andar para a frente e para trás”, disse o artista, de olhos a brilhar.
Músicos a reluzir
“Fingers”, outra composição de Thad Jones, foi um dos momentos altos do espetáculo, a par com o solo do saxofonista Dick Oatts – o membro mais antigo da banda e seu atual líder.
A orquestra passou ainda pelo trabalho do compositor residente Jim McNeely, que ocupou o lugar em 1996, após o desaparecimento do cofundador Mel Lewis. Em “Extra credit”, a bateria de Jonh Riley e toda a secção de ritmos, com Adam Birnbaum no piano e Mike Karn no contrabaixo, criaram um fundo onde os solistas resplandeceram.
Os próximos concertos
O Guimarães Jazz 2023 prossegue até ao dia 18. Já este sábado, às 15 horas, no pequeno auditório do Centro Vila Flor, apresenta-se o primeiro projeto resultante de uma das colaborações regulares do Guimarães Jazz: o Pedro Molina Quartet, vencedor do concurso promovido pelo Centro de Estudos da Universidade de Aveiro.
Ainda sábado, às 18 horas, no pequeno auditório do Vila Flor, atua o contrabaixista Barry Guy, num trio que fica completo com a viola de arco de Maya Homburger e o piano de Agustí Fernández.
O prato forte da noite, às 21.30 horas, está por conta do contrabaixista Michael Formanek. O compositor, improvisador e pedagogo – recentemente instalado em Portugal – reuniu este septeto experimentalista ( Alexander Hawkins, órgão, Chet Doxas, clarinete e saxofone tenor, John O’Gallengher, saxofone alto, Mary Halvorson, guitarra, Tomas Fujiwara, bateria e João Almeida, trompete) especificamente para o Guimarães Jazz 2023.
O preço dos bilhetes para o festival começam nos 15 euros, mas há descontos que chegam a 40% para quem adquirir um passe para quatro espetáculos. O livre trânsito para todos os concertos fica por 90 euros.