Recinto da feira semanal de Guimarães é o palco da primeira proposta da edição de 2025 do festival.
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“La Bande à Tyrex”, um musical acrobático que usa como instrumento principal a bicicleta – amanhã, às 22 horas, no recinto da feira semanal de Guimarães –, é o primeiro espetáculo do festival de circo de rua que se espalha até sábado pelas praças de Braga, Barcelos, Guimarães e Famalicão.
Na 11.ª edição, o Vaudeville Rendez-vous apresenta 11 espetáculos e três deles vão visitar todas as cidades. Com a passagem da associação Quadrilátero a Pentágono, no próximo ano, o festival deverá alargar-se a Viana do Castelo.
“La Bande à Tyrex”, espetáculo da companhia homónima francesa, é feito de equilíbrios e desequilíbrios, corpos e bicicletas que evoluem como um só pelotão. Os intérpretes alternam entre acrobacias e música ao vivo, num círculo que promete envolver também o público. São nove “ciclistas” em cena e outras tantas bicicletas, mas estas, ao invés de serem encaradas como um instrumento individual, são partilhadas em movimentos de uma coreografia surpreendente.
Quem perder a abertura do festival, ainda pode ver este espetáculo na sexta, às 22 horas, na Praça dos Poetas, em Barcelos.
Na quinta, às 19, a Teatime Company apresenta “Ripple”, no ringue de futebol do Parque da Juventude, em Famalicão. Três artistas movem-se em torno de uma enorme espiral metálica que vai rodando e impondo desafios constantes. Saltos e quedas são metáforas de um tempo em que tudo pode mudar num instante. O espetáculo volta à cena, no sábado, à mesma hora, na Praça de Pontevedra, em Barcelos.
Há três espetáculos que percorrem as quatro cidades: “Cream”, de Jorge Lix; “Nkama”, do moçambicano Dimas Tivane, e “Rima”, de Alan Sencades & Alvin Yong. Em “Cream”, o malabarismo serve para questionar o que significa ser humano num Mundo dominado pela tecnologia. A primeira apresentação é na sexta, às 19, no Largo João de Souto, em Braga; seguem-se Famalicão, Guimarães e Barcelos.
Em “Nkama” – ou seja, “tempo” em xichangana, língua do povo do sul de Moçambique –, mistura-se malabarismo, ritmo e dança. Dimas Tivane usa os sons da sua língua materna – estalidos e assobios – para construir música. Para ver na quinta, na Praça de Pedra do Paço dos Duques de Bragança; na sexta, em Barcelos, e no sábado, em Braga e Famalicão.
Acasos poéticos
Os protagonistas de “Rima”, Alan e Alvin, nasceram no mesmo dia, com três anos de diferença, a 15 mil quilómetros de distância, em Kuala Lumpur, na Malásia, e em Recife, no Brasil. “Rima” sugere uma narrativa poética baseada na relação entre duas pessoas de geografias distantes contada em linguagem de circo, com recurso à roda cyr. Na quinta, às 19, a dupla vai estar na Praça de Pontevedra, em Barcelos, seguindo-se Braga, na sexta, e Famalicão e Guimarães, no sábado.
No total, há 11 espetáculos diferentes para ver, em 26 apresentações, nas quatro cidades do Quadrilátero Urbano, a que se deve juntar Viana do Castelo, a partir de 2026. A entrada é gratuita, mas poderá haver limitações de lotação.