Festival termina sábado com Wim Vandekeybus.
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O Festival GUIdance entra esta sexta-feira no último fim de semana da sua 11.ª edição, havendo ainda muitos espetáculos para ver. Para entrar na reta final a alta velocidade, a portuguesa Catarina Miranda repõe "Cabraqimera", uma obra para um quarteto em patins. Com a eucinética no centro da ação, a coreografia cria um hipnótico jogo de contrastes exacerbado pelo desenho de luz, onde as figuras geométricas ganham uma nova dimensão com cruzamentos e espaços negativos a uma velocidade estonteante. Para assistir esta sexta-feira, às 21.30 horas, na Black Box da Fábrica ASA, em Guimarães.
A coreógrafa grega Anastasia Valsamaki foi considerada, em 2017, pela rede europeia Aerowaves, dedicada à dança contemporâena, um dos nomes emergentes a manter em vista. A Oficina, entidade promotora do GUIdance, é parte integrante da Aerowaves e é nesse âmbito que recebe Valsamaki. Curiosamente, tendo-se destacado pelas coreografias corais, chega este sábado a Guimarães com o solo "Body monologue". A performance pretende responder à pergunta, "o que pode um corpo fazer?". Valsamaki disse partir da estrutura de um monólogo para abordar um estado pré-linguístico, uma comunicação permitida através da dança.
A performance pode ser vista este sábado, às 18.30 horas, no Centro Internacional de Artes José Guimarães. No âmbito do programa paralelo do festival haverá uma conversa com a artista depois do espetáculo.
Morte e ressurreição
O belga Wim Vandekeybus e a sua companhia Ultima Vez têm uma longa história de amor com Portugal, sendo felizmente recorrentes as apresentações das suas produções. Em 2017 já tinha passado pelo GUIdance com "Speak low if you speak love", criação diametralmente oposta deste "Hands do not touch your precious me", que encerra o certame também este sábado, às 21. 30 horas, no Centro Cultural Vila Flor.
Parte do contraste chega com o artista visual Olivier de Sagazan, que trabalha sobre a transfiguração do corpo e do rosto. Um trabalho plástico com uma assinatura tão forte que, não chegando a eclipsar totalmente, contamina o trabalho de Vandekeybus. Aqui conta a história da deusa Inanna, imortalizada em tábuas de argila há mais de quatro mil anos. No submundo terá uma morte cruel, para renascer, criando divisórias universais, não sem antes nos levar aos paradoxos da existência humana.
Debates e masterclass no programa
Nas atividades paralelas do GUIdance decorre esta sexta-feira, às 18 horas, uma masterclass para profissionais e alunos de dança de nível avançado, com a companhia Ultima Vez de Wim Vandekeybus. Nos debates, este sábado às 16 horas, "Desfiguração e transformação" é o tema para Catarina Miranda, Joana von Mayer Trindade e Hugo Calhim Cristóvão conversarem com moderação da jornalista Cláudia Galhós.