
Obra de Lourdes Castro pode ser vista na tua de origem
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O MUDAS, Museu de Arte Contemporânea da Madeira, apresenta uma exposição retrospetiva da artista natural do Funchal.
As pessoas são sempre os seus lugares e, por mais que o mundo as tome, nunca deixam de ser raízes e de ter, na sua essência, as identidades plurais daquilo a que chama terra, a que chamam casa. Lourdes Castro (PT, 1930-2022), não obstante ter vivido mais de 25 anos em Paris e ser uma das mais aclamadas artistas portuguesas além-fronteiras, talvez nunca tenha, verdadeiramente, deixado a ilha da Madeira, o seu refúgio na natureza, a luz e as sombras desta relação de montanha e mar que marca a paisagem. E eu, que sou fã e estudiosa do seu trabalho há anos, precisei de vir à ilha, à Madeira, para a sentir pulsar por entre verde e mar, nas subidas e descidas da montanha, no mar que é fronteira mas também horizonte, para entender os seus herbários e compreender as sombras e a luz de Paris ou como se constrói uma linguagem que é sobre o que se camufla do humano, permitindo sentir o que nos está à pele.

