Um monumento em Itália e um grito na Póvoa de Varzim, óvnis na América e filmes na Grécia. Nesta Arte do Dia, a jornada termina apenas lá atrás, há meio século, num Brasil a levantar voo.
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Vamos sair daqui? Vamos, para um lugar de romagem não necessariamente massiva, pela voz de John Waters. As duas partes de "Prayer to Pasolini", editado pela Sub Pop, registam as impressões do cineasta americano após a visita ao monumento que homenageia o realizador e escritor italiano Pier Paolo Pasolini, erigido no local onde foi assassinado em novembro de 1975, em Ostia, nos arredores de Roma. Deliciosamente negro, hilariante, blasfemo.
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Mais histórias com sangue, líquido ou metafórico: a exposição "Paula Rego: O grito da imaginação", no Cine-Teatro Garrett, na Póvoa de Varzim, até 31 de julho, parte do acervo da artista integrado na Coleção de Serralves. Gravuras, pinturas, desenhos que, diz a nota de imprensa, abordam "temas como o poder e a obediência, a dor física e psicológica, a vergonha e o orgulho, a violência, a solidão e a sociabilidade".
Outras viagens, estas para bem mais longe, são evocadas no mais recente artigo para a revista "The New Yorker" do jornalista e escritor americano Gideon Lewis-Kraus (que, sem coincidência, se estreou nos livros em 2013 com o bem recebido "A sense of direction", uma jornada física e não só). O título diz ao que vem: "How the Pentagon started taking U.F.O.s seriously".
O documentarista britânico Nick Broomfield ("Kurt & Courtney", "Biggie and Tupac") é um dos mais recentes participantes numa excelente rubrica da revista inglesa "Sight & Sound" chamada "My dream palace", em que os convidados desfiam memórias de salas de cinema que os marcaram. No caso de Broomfield, a experiência aconteceu ao ar livre na ilha de Hidra, na Grécia.
Vamos sair daqui? Vamos, à boleia do documentário "Tropicália", obra de 2012 realizada por Marcelo Machado, que segue o trajeto do furacão que atravessou a cultura brasileira, e o mundo por arrasto, no final dos anos 1960. O uso de material de arquivo é exemplar e os suspeitos, felizmente, está lá todos, de Caetano Veloso a Gilberto Gil, de Gal Costa a Tom Zé.
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