Cidade foi escolhida pela segunda vez e conta com um orçamento extra de um milhão de euros. "Iniciativa vai projetar Viana do Castelo no Mundo”, diz autarca Luís Nobre.
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“Um mar de cultura”: o mote de Viana do Castelo triunfou e a cidade foi eleita Capital da Cultura do Eixo Atlântico para 2025. O programa contém 74 eventos que se estendem ao longo de todo o ano.
Esta 8ª edição do evento bienal arranca a 1 de janeiro, com o Concerto de Ano Novo, mas a abertura oficial é só a 17 de fevereiro, véspera da Assembleia Geral da associação Eixo Atlântico do Noroeste Peninsular, que agrega 37 cidades do Norte de Portugal e da Galiza. A cerimónia de encerramento é a 13 de dezembro.
O arranque incluirá “um espetáculo multidisciplinar” com 100 participantes, dirigido pelo músico Daniel Pereira Cristo, com atuação do galego Xabier Díaz. Antes, a 18 de janeiro, a cultura popular portuguesa e galega sobem juntas a palco: Uxía, “a voz da música” da Galiza, junta-se ao grupo das Cantadeiras do Vale do Neiva.
O cartaz conta com um orçamento de um milhão de euros e contempla atividades nos 12 meses de 2025, agregando novidades ao calendário cultural de Viana, em parceria com projetos galegos.
Há música clássica, jazz, eletrónica, cantares ao desafio, concertinas, pop e hip-hop, cinema, teatro, dança, feira de livro, romarias, gastronomia e tradições dos dois lados da fronteira.
Os Caminhos de Santiago, que atravessam as duas regiões, terão a iniciativa “Sons do Caminho”, com três concertos em diferentes espaços patrimoniais .
Outro evento criado para a Capital 2025 é o Open House Viana, em outubro, que quer “associar as questões da arquitetura patrimonial moderna e contemporânea para dar visibilidade a elementos arquitetónicos ao público”, diz o programa. Ainda em outubro há um encontro de culturas, que pretende “celebrar a presença dos imigrantes”.
Projetar Viana no Mundo
Para o vereador da Cultura de Viana, Manuel Vitorino, a Capital promoverá “a valorização da cultura popular e contemporânea do território”.
O autarca Luís Nobre, presidente da Comissão Executiva do Eixo, diz que a iniciativa “projeta Viana no Mundo” e representa “uma oportunidade de afirmar um projeto eurorregional, que é um movimento associativo e um instrumento de partilha, que permite dar visibilidade ao que de bom tem cada cidade”.
Para Xoan Mao, secretário-geral do Eixo Atlântico, a eleição de Viana foi votada “por unanimidade pelas autarquias” que compõem a associação transfronteiriça.
“É a primeira vez que uma cidade, num prazo de 15 anos, tem a segunda Capital da Cultura, com diferentes câmaras”, considerando que este “é um dos programas com mais participação social e envolvimento da sociedade” da euro-região.
Xoan Mao manifestou ainda o desejo de haver em 2025 “um encontro de jornalistas portugueses e galegos para debater o estado do jornalismo” dos dois lados da fronteira.
Em 2023, a Capital da Cultura do Eixo Atlântico decorreu na cidade galega de Lugo, em 2021 foi em Braga, em 2018 em Santa Maria da Feira, em 2016 em Matosinhos e Vila Real, e em 2014 aconteceu em Ourense. A primeira vez que se realizou foi em Vila Nova de Gaia, em 2009.