Obra premiada, "Profundo sem nome", foi considerada "inovadora" pelo júri. Galardão da Eurorregião Galicia – Norte de Portugal vale três mil euros e já vai na nona edição.
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Com o conto “Profundo sem nome”. Vázquez Vidal, de 31 anos, natural de Melide (Corunha), venceu a edição deste ano do Prémio Literário Nortear.
Uma notícia que recebeu “com emoção e surpresa", pois "não esperava ganhar”, explica. Confessa-se “duplamente feliz, porque a obra é uma homenagem ao meu pai, falecido. Foi ele o que me inspirou”, afirma.
Nortear é uma iniciativa conjunta da Agrupamento Europeu de Cooperação Territorial da Eurorregião Galicia – Norte de Portugal, da Consellería de Cultura, Educación, Formación Profesional e Universidades da Xunta de Galicia e da Direção Regional de Cultura do Norte de Portugal.
O prémio tem uma dotação financeira de três mil euros e a publicação da obra vencedora em português e galego, em formato físico em papel e em e-book.
O escritor obteve em 2015 o accessit do Certame de Poesia Francisco Añón com "Ani(vers)ario" (Micromundos, 2017) e tem outra obra, "Os afluentes" (Tulipa, 2018) publicada em francês e galego.
Texto de "caráter inovador"
“Profundo sem nome” é um conto que se destaca “pelo seu caráter inovador que consiste na introdução de uma nova realidade, virtual, que confere uma existência potencial em mundos paralelos, onde a consciência do mundo real, ou físico, se contamina sempre em torno da reconstituição de um passado, visto no presente, a partir do diálogo entre um filho e o seu pai morto, estabelecido através da aparentemente omnipresente realidade virtual”, pode-se ler na ata do júri.
O texto acrescenta: "Mestria do autor na construção da narrativa, o bom ritmo, linguagem e estilo, onde a nostalgia por um tempo perdido, na sequência de uma morte familiar, capturam a atenção do leitor do início ao fim”.
Os vencedores anteriores
O júri da edição 2023 do prémio Nortear foi presidido por: Gonzalo Constela, escritor e diretor da Escola Oficial de Línguas de Santiago; Eva Mejuto, escritora, editora e jornalista; Ramón Nicolás, crítico literário e professor da Universidade de Compostela; e Ana Araújo, professora do Ensino Secundário e Técnica Superior da Direção Regional de Cultura do Norte de Portugal.
Para o júri, "as temáticas inovadoras" abordadas pelo galego Vicente Vázquez "retratam uma realidade atual, quer na Galiza, quer no Norte de Portugal, onde o conflito intergeracional entre pais e filhos permanece na sociedade retratada".
O prémio Nortear é um exemplo destacado de espaço cultural único e partilhado na Eurorregião, conta com nove edições de sucesso e tem 370 obras apresentadas a concurso, por jovens escritores, entre os 16 e 36 anos dos dois territórios.
Os oito vencedores das anteriores edições do prémio Nortear foram: Lara Dopazo Ruibal, Rui Cerqueira Coelho, Cecília Santomé, Sara Brandão, Sabela Varela, Célia Fraga, Pedro Rodríguez Villar e Marta Pais de Oliveira.
Nortear é um polo cultural de referência na Europa no âmbito da cooperação transfronteiriça. É co-financiado pelo Programa Operativo de Cooperação Transfronteiriça Espanha – Portugal (POCTEP).