Escolhido como um dos 10 Shooting Stars, programa proposto pela European Film Promotion para lançar jovens promessas do cinema europeu, Vicente Wallenstein falou ao JN como foi a experiência em Berlim, onde esta iniciativa se desenrola.
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Com um apelido que não deixa dúvidas sobre a enorme tradição da família nas mais diversas artes, o ator foi proposto graças à sua participação como protagonista em “O Teu Rosto Será o Último”, a mais recente longa-metragem de Luís Filipe Rocha.
Qual foi a primeira reação quando soube que tinha sido escolhido para ser um dos Shooting Stars deste ano?
Ser o candidato português já era à partida uma honra muito grande. E fiquei ainda mais feliz ao saber que ia fazer parte deste programa. É uma oportunidade muito grande estar aqui, promover o meu trabalho, ver realizadores, diretores de casting. É um dos meus objetivos como ator poder internacionalizar-me. Foi um momento de alegria imensa.
Como é que decorreram estes dias em Berlim?
Tem sido incrível. Temos todo um programa de reuniões com diretores de casting, que têm acesso ao filme com que concorremos e outros materiais, como o nosso showreel. Eles vão percebendo que os atores portugueses têm uma grande facilidade com a língua inglesa. É um comentário que tenho ouvido bastante. Tenho a sensação que é uma abertura de portas para fazer mais castings fora de Portugal.
E as trocas de experiências com os outros Shooting Stars, também têm sido produtivas?
Tem sido ótimo saber qual o contexto de cada um, a experiência que têm. É um grupo de atores muito talentosos. Tem sido importante também pertencer que o contexto em países de pequena indústria como a nossa não é assim tão diferente do que sentimos em Portugal. Sinto que a indústria está a crescer, há cada vez mais produção e o grupo tem muito talento. Tem sido incrível conhecê-los.
Há já algum resultado mais concreto?
Tem havido contactos com produtores internacionais. Não há nenhum para um filme específico, mas fiquei com um contacto próximo com alguns diretores de casting que me interessavam bastante e que me disseram que em breve haveria castings para fazer.
É um bom momento para um jovem ator em Portugal?
Acho que no geral é um bom momento. A indústria está a crescer. E fazer parte disto é ainda mais positivo. Para mim veio na altura certa. Mais cedo do que isto poderia ser um pouco avassalador, para um jovem ator que acaba de sair da escola. Mas já estou com quase dez anos de trabalho profissional, por isso é a altura certa para mostrar o meu trabalho., do que sou capaz, e estar preparado para os castings que vierem.
O ser protagonista de “O Teu Rosto Será o Último”, do Luís Filipe Rocha, foi capital para estar aqui.
Foi o filme com que nos candidatámos e foi a minha primeira oportunidade de um papel principal numa longa-metragem em Portugal. Antes tinha algumas participações em séries, que foram experiências fantásticas, mas sempre quis estar mais envolvido no mundo do cinema. E com o Luís tive essa oportunidade, ainda para mais conjugando a música com a interpretação. Não poderia estar mais grato ao Luís e à equipa do filme.
E era uma personagem muito exigente, o que permite ver um pouco do que é capaz de fazer.
Eles procuraram um ator que tocasse piano. Eu toco piano desde miúdo. Mas foi uma exigência muito grande, porque o Luís nunca quis ter um duplo de mãos. Foi um trabalho muito intenso mas muito proveitoso e pude aprender muita coisa com o Luís.
Ter o apelido Wallenstein é um peso, uma responsabilidade, um prazer, ou um pouco de tudo?
Quando me comecei a lançar para o mercado de trabalho senti que havia a responsabilidade de corresponder a uma expetativa que poia haver, mas à medida que vou trabalhando, estou a construir o meu próprio percurso. E sinto um grande apoio de todas as pessoas que já trabalharam nesta área e que me estão a ver crescer no mundo do cinema e do teatro. Mais do que um peso é uma alegria imensa poder ter a sorte de ter tido este acompanhamento, aconselhamento e encorajamento por parte de toda a minha família.