Paulo Ventura, da empresa Surprise & Expectation, promotora do festival de Vilar de Mouros há uma década, mostra-se "feliz" com o anúncio do cartaz quase completo (16 bandas, faltam três) da edição que comemora os 60 anos do "Woodstock português". O evento leva a Caminha nomes que marcaram várias gerações.
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A apresentação do cartaz decorreu no espaço do futuro museu, que terá curadoria de Fernando Zamith [autor do livro "Vilar de Mouros: 35 Anos de Festivais"], e que deverá abrir portas ao público, no largo da Torre, no coração da freguesia, em vésperas da edição de 2026.
"Tem sido uma viagem extraordinária, só mesmo a pandemia é que nos fez abrandar. E este ano quisemos muito ter um cartaz - como queremos todos os anos, mas este ano fomos mais vivos -, mais forte e sólido com a cara daquilo que é Vilar de Mouros", comentou Paulo Ventura. "Acho que conseguimos construir um cartaz eclético".
Da Weasel, Papa Roach, Sex Pistols, James, The Kooks, Refused, I Prevail, The Stranglers, The Damned, The Ting Tings, Palaye Royale, Stereo MC"s, Starsailor, Altered Images, Girlband!, Girl Scout e Hybrid Theory foram os nomes anunciados.
"É o nosso melhor cartaz de sempre", considerou Paulo ventura, destacando a "sorte" de ter na edição de 2025, bandas como Sex Pistols. "A banda com o Frank Carter, está a ser um dos acontecimentos do ano. Os elementos dos Sex Pistols juntaram-se ao Frank Carter e estão a tocar nos grandes festivais no mundo inteiro e escolheram Vilar de Mouros por sorte, para também fazerem uma apresentação que nos deixou muito felizes", destacou, referindo o facto de os Papa Roach terminarem a sua digressão europeia em Vilar de Mouros. E ainda de o festival receber um dos três concertos deste ano dos Da Weasel, assim como o último concerto da carreira dos Refused em Portugal acontecer também na edição comemorativa dos 60 anos. A celebração dos 51 anos de carreira dos The Damned é outro dos destaques, assim como o regresso dos The Ting Tings e dos Stereo MC"s, após paragem por vários anos. A presença das "recentes" Girlband! e Girl Scout, foi destacada por serem "bandas de intervenção".
James e Stranglers, bandas "queridas" do público de Vilar de Mouros, repetirão a dose este verão.
Paulo Ventura adiantou que será de esperar reforço de lugares de campismo e de estacionamento, assim como da área destinada à alimentação.
O festival decorre de 20 a 23 de agosto, num recinto preparado para acolher 24 mil pessoas por dia.
Museu resulta das "mais-valias" do festival
O presidente da junta de Vilar de Mouros, Carlos Alves, explicou que o edifício onde vai ser instalado o novo museu da aldeia, foi comprado com "mais-valias" que aquela autarquia foi encaixando ao longo dos anos, com a realização do próprio festival. "Este edifício existe na posse da junta de freguesia graças ao festival e temos muito orgulho e satisfação de o por ao serviço do festival", afirmou, referindo que o evento de música em Vilar de Mouros é tido, pela população local, como "uma referência muito importante". "É uma referência que o povo vilarmourense já acarinha há muitos anos", acrescentou.
Para o autarca de Caminha, Rui Lages, a apresentação do cartaz e do museu é "um momento de celebração". "Não podíamos estar mais satisfeitos. Apresentamos um cartaz de grande peso, que nos orgulha e tivemos oportunidade de lançar aqui um novo desafio que é a construção do museu do festival de Vilar de Mouros", declarou, acrescentando: "São 60 anos de legado que não podem ficar esquecidos, que temos de perpetuar e acima de tudo lançá-lo para o futuro".
Segundo Rui Lages, para o conteúdo do futuro museu, está a ser reunido acervo [foi lançado um apelo aos antigos e novos festivaleiros que queiram contribuir], relacionado com todas as edições do Vilar de Mouros, desde cartazes a fotografias, e outras relíquias. "Muitas memórias vão surgir aqui", garantiu.