<p>Paisagens idílicas, pinceladas por lagoas e cascatas, odores frescos, florais, tonalidades predominantemente azuis e verdes. O quadro descritivo não andará longe da ideia que povoa o imaginário de quem nunca foi aos Açores face ao que lá poderá encontrar e sorver. Porém, desde há relativamente pouco tempo, tornou-se possível, em Lisboa, contactar com a realidade daquele arquipélago através da Loja dos Açores.</p>
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Quem por ali passa não fica indiferente ao espaço criado em Maio, da chancela da Associação Portas do Mar, cujo responsável é Carlos Martins, em parceria com o Governo Regional. Vincadamente contemporânea, a decoração, desde logo, seduz o olhar, através das montras.
Transposta a porta eis que se mergulha num ambiente com laivos futuristas, cuja cadência cromática que deriva das fotografias das ilhas feitas painéis, além dos ecrãs que exibem vídeos sobre o arquipélago, "coage" a uma incursão. Também a inexcedível amabilidade das funcionárias constitui outro factor cativante. Bem organizada e muito funcional, a parte vocacionada para o comércio encontra-se meticulosamente segregada. Carlos Martins, frisa, no entanto que "o principal objectivo prende-se com a projecção e divulgação" do território insular. Vanda Rebocho, que ali trabalha, confirma: "Mais do que a venda, essa é a incumbência básica".
Entre a panóplia de produtos consumíveis, todos originais dos Açores e devidamente certificados, evidencia-se a a parafernália de qualidades distintas de atum, chás, compotas, licores, aguardentes e vinhos, os quais, segundo a funcionária Susana Cabelo, germinam nos denominados "currais ou curraletas". Isto é, "numa espécie de serrados formados nas pedras vulcânicas pelo que existe um micro-clima especial para as videiras". Os famosos latícinios açorianos também se destacam. O queijo da Ilha que, aliás, integra a mesa de degustação reservada aos clientes, bem como carnes de bovino, protagonizam as prateleiras. Quanto a doces tradicionais, relevam-se o bolo lêvedo, ou a massa sovada, além de ingredientes como o inhame e o milho doce.
O artesanato alegórico não foi olvidado. Desde bonecas de folhas de milho, às de adrago, dos bordados de palhinha, aos trabalhos em escama de peixe, passando por uma exposição de joalharia com peças de Paulo Vale pontuam, no seio de uma área que em breve contemplará uma cafetaria e internet grátis.