John C. Reilly, que conhecemos de “Magnolia” ou “Boogie nights”, chega aos lançamentos como Mister Romantic, alter ego que nos leva aos clássicos.
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Dizem por aí que o romance morreu – mas talvez isto possa ajudar a acreditar nos seus resquícios, aqueles que andam pelo ar quando menos se espera e mais se precisa. O ator e músico John C. Reilly (“Boogie nights” ou “Magnólia”) tem passado os últimos anos a esgotar salas na Califórnia com um espetáculo musical onde assume um alter ego: Mister Romantic, homem com uma missão, de “levar o romance a uma cidade perto de vocês”.
Agora, chega às lojas (desde 13 de junho) “What's not to love?”, álbum de estreia de Reilly/ Sr Romântico se faz favor, porque aqui não há nada a não ser clássicos do American Songbook, capazes de derreter o mais empedernido dos corações.
Inspiradas pelo musical, reimaginadas por Reilly e a sua banda composta por vencedores de Grammy (Davíd Garza no piano e violão, Gabe Witcher no violino, Sebastian Steinberg no baixo e Charles De Castro no acordeão e corneta), as músicas de sempre voltam mais aprimoradas do que nunca, num trabalho excecional.
Gravado em Los Angeles, o disco pretende levar o público “numa experiência de amor, risos e saudade, enquanto se cantam doces melodias”. O que se encontra é exatamente o prometido; uma viagem ao passado, a temas onde o romance era classe, respiro, fogo: músicas de Irving Berlin e Tom Waits, canções imortalizadas por Frank Sinatra ou Louis Armstrong.
Um registo embebido em Broadway, swing, charme e romance, onde Reilly passa por “La vie on rose”, “Illinois” e “Falling in love again”, entre outros, com uma voz quente, instrumentação imaculada, um álbum para ouvir em gira-discos, a meia luz, de olhos semicerrados. “O que enche os nossos pobres corações de saudade? O que guia o navio perdido até à terra? O que transforma o inverno numa doce primavera?” Pergunta-se no site do musical, agora álbum, Mister Romance. A resposta segue-se, clara: “com certeza deve ser ‘l’amour’”.