O Museu de Arte Contemporânea de Serralves (MACS) tem previsto apresentar uma exposição da multifacetada da muito famosa Yoko Ono, viúva de John Lennon e um dos mais icónicos nomes da arte contemporânea do Mundo, com uma carreira de décadas.
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Será a primeira grande retrospetiva da artista japonesa-americana em Portugal.
A mostra não foi confirmada oficialmente pela Fundação de Serralves, mas o JN apurou, junto de várias fontes, que a exposição da artista, de 86 anos, será uma das grandes apostas para a programação de 2020 do museu, a primeira que foi preparada pelo diretor artístico Phillipe Vergne.
A apresentação estará prevista para abril, mas não se sabe se Yoko Ono vai viajar até ao Porto para a inauguração. O JN tentou também contactar a representação da artista para saber mais detalhes, mas não obteve ainda resposta.
Yoko Ono nasceu em 1933 em Tóquio, no Japão. Aos dois anos, mudou-se para os EUA, depois do seu pai ter sido transferido para São Francisco, na Califórnia. A família mudou-se, em 1940, para Nova Iorque, e, no ano seguinte, voltou para o Japão. Sobreviveu aos bombardeamentos da capital japonesa, durante a II Guerra Mundial, e regressou depois aos EUA.
A jovom Yoko Ono começou, nos anos 50 e 60, uma vida boémia ligada ao experimentalismo artístico e deu início a uma carreira cimentada na performance e na arte conceptual (entre Nova Iorque, Tóquio e Londres), com peças fortemente marcadas pela participação da audiência. Com 31 anos, em 1964, era já conhecida pelas comunidades "avant-garde" de Nova Iorque e Tóquio e criou uma das suas performances mais significativas. Com "Cut Piece" ("Peça cortada", em tradução livre), apresentava-se imóvel em palco e pedia ao público para lhe ir cortando pedaços de roupa com uma tesoura, até ficar despida. A criação, inovadora no seu tempo pela interatividade e mensagem feminista - sublinhava o despir do corpo da mulher como um ato sério e responsabilizante -, levou-a em digressão pelos grandes centro metropolitanos de arte.
Em 1966, conheceu John Lennon e o resto faz parte da história da cultura popular. Yoko ficou para sempre ligada ao mito do fim dos "The Beatles", embora não tenha parado o seu percurso artístico, que continuou pautado pelo rasgar de convenções estéticas e pela intervenção social.
Jafa também em 2020
Como o JN tinha já noticiado, outro dos nomes no elenco da programação do MACS para 2020 é Arthur Jafa, o artista norte-americano que esteve este mês no Porto, numa conferência do Fórum do Futuro.
Jafa, realizador e artista multidisciplinar, é um dos mais respeitados autores contemporâneos. Será a primeira vez que expõe no nosso país.