
EPA/SANJEEV GUPTA
Não faltarão bons motivos para nos voltarmos para as artes, que nos ajudam sempre a sentir melhor o Mundo.
Depois de um 2018 rico em acontecimentos e emoções fortes, abra-se a porta a 2019, que ainda hoje começa e já está a criar grandes expectativas. Bon Iver, Massive Attack ou Ornatos Violeta regressam aos palcos portugueses. Vai haver música fresca de Lana del Rey ou Tame Impala. Martin Crimp sobe ao palco do Teatro Nacional de São João, pela mão de Nuno Carinhas e Fernando Mora Ramos. Agustina e Gulbenkian terão biografias muito aguardadas. E a fechar o ano, "Star wars" tem novo episódio.
CONCERTOS
Clássicos de várias épocas vão atuar em palcos portugueses em 2019. A grande dama da folk, Joan Baez, integrou o concerto de 1 de fevereiro, no Coliseu de Lisboa, na última digressão da sua carreira. E os Massive Attack assinalam 21 anos sobre o lançamento de "Mezzanine", também em fevereiro (18 e 19), no Campo Pequeno.
A 30 de abril, regressa a Portugal o vocalista dos Dire Straits, Mark Knopfler, para um concerto na Altice Arena, Lisboa. No dia a seguir, atuam os Mettalica, no Restelo. Outro estádio que vai encher é o da Luz, a 1 e 2 de junho, com a primeira visita ao país de Ed Sheeran. Já Rod Stewart contenta-se com os 20 mil lugares da Altice Arena, a 1 julho.
Os festivais anunciaram também nomes potentes: The Cure, Smashing Pumpkins e Bon Iver no Nos Alive; New Order, Patti Smith e Spiritualized em Paredes de Coura; Lana del Rey no Super Bock Super Rock e Sting no Marés Vivas. Os Ornatos Violeta passarão por alguns destes palcos no regresso à estrada para celebrar 20 anos de "O monstro precisa de amigos". Jamie Cullum e Diana Krall estão confirmados no Cool Jazz (Cascais, 20 e 24 de julho).
Ricardo Jorge Fonseca
PALCO
"Anarquismos", de Pablo Fidalgo Lareo, é uma das estreias mais aguardadas do ano. Chega a 25 de janeiro ao Rivoli. Outro momento imperdível será "O resto já devem conhecer do cinema", de Martin Crimp (na foto), com encenação de Nuno Carinhas e Fernando Mora Ramos, a 27 de março, no TeCa. Também em março, no Teatro D. Maria II, Tiago Rodrigues apresenta um final alternativo para o clássico de Strindberg - "Um outro fim para a menina Júlia".
No Theatro Circo de Braga será reposto o monólogo "Concerto à la carte", de Xaver Kroetz, a 22 de janeiro. Na dança há duas estreias relevantes. A primeira, em fevereiro, com "Drama" de Victor Hugo Pontes, no Guidance. Em maio, é a vez do sevilhano Israel Galvan, nome maior do flamenco, coreografar para a Companhia Nacional de Bailado. Três grandes nomes têm aqui escala assegurada por Portugal: Josef Nadj, em janeiro, no Porto; Lia Rodrigues no DDD e Michael Clark no Guidance.
Catarina Ferreira
LIVROS
Promete ser um dos acontecimentos editoriais do ano e a sua publicação inicia-se já em janeiro. Com a chancela da Contraponto, a coleção "Biografias de grandes figuras da cultura portuguesa contemporânea" vem colmatar uma lacuna do setor - obras biográficas acessíveis mas rigorosas sobre nomes maiores das nossas artes.
Agustina Bessa-Luís, Amália Rodrigues, Herberto Helder, José Cardoso Pires, Manoel de Oliveira e Natália Correia são as figuras iniciais de uma coleção que tem como autores, respetivamente, Isabel Rio Novo, Filipa Melo, João Pedro George, Bruno Vieira Amaral, Paulo José Miranda e Filipa Martins. Ainda nas biografias, destaca-se a de Calouste Gulbenkian, o milionário arménio intimamente ligado a Portugal. "O homem mais rico do Mundo", de Jonathan Conlin, é publicado este mês.
Há outras obras aliciantes em perspetiva: a reunião da poesia de João Luís Barreto Guimarães chega em abril"; "O processo Violeta" marca o regresso de Inês Pedrosa aos romances; "São Paulo, prisão de Luanda", de Carlos Taveira, desfia as memórias de um preso político na presidência de Agostinho Neto.
Sérgio Almeida
CINEMA
É o filme por que esperam todos os fãs. 2019 é o ano de "Star wars: Episode IX", o fecho da série de três trilogias, de que se sabe apenas o nome do realizador, J. J. Abrams.
Vamos todos ter de esperar por dezembro para ver como acaba a história, mas até lá temos muito bom cinema nas salas. Como será o caso do último filme realizado e interpretado por Clint Eastwood, "Correio de droga", baseado numa história verídica, "A favorita", a primeira incursão de Yorgos Lanthimos pelo filme de época e "Sunset", o novo filme da revelação húngara Laszlo Nemes e um "Dumbo", com Tim Burton. Mas há ainda "Rocketman", em que Taron Egerton dá corpo à biografia de Elton John; "Ad Astra", uma aventura de ficção científica de James Gray ou "Once upon a time in Hollywood", onde Quentin Tarantino nos faz recuar até aos anos 1960.
E super-heróis? Capitão Marvel, Hellboy, Avengers, X-Men e Spider-Man vão visitar-nos, bem como sequelas das animações "Frozen", "How to train your dragon" e "Toy story". E também filmes portugueses já premiados lá fora, como "Terra franca", de Leonor Teles, e "Diamantino", de Gabriel Abrantes.
João Antunes
MÚSICA
Desconhecem-se ainda mais pormenores (do título e do produtor às datas de lançamento), mas o que se sabe já é suficiente para deixar em modo de espera muitos milhões de fãs pelo Mundo fora: Madonna, Coldplay, Adele, Tame Impala ou Dua Lipa vão lançar novos trabalhos nos próximos meses.
Sem editar desde 2015, Madonna encontra-se a remisturar o seu novo disco, do qual se sabe que terá 15 canções, não se confirmando, para já, o título "Magic" que lhe foi atribuído.
A lista sumária de regressos é mais vasta e nela podemos incluir também artistas há muito fora do radar como Sheryl Crow, Rob Zombie e John Farnham ou bandas já distantes do zénite, de que são exemplo os Whitesnake, Megadeth e Hootie & The Blowfish.
Mais detalhes são já conhecidos sobre outros regressos. Lana del Rey lança em março "Norman Fucking Rockwell", disco produzido por Jack Antonoff de que já foram dados a conhecer alguns temas de avanço, como "Venice bitch". Ainda sem data marcada, mas registado em todas as listas de antecipação do ano, está também o novo de Rihanna, quatro anos depois.
S. A.
