
Duas curtas-metragens serão exibidas na Semana da Crítica
Na passada quinta-feira, o cinema português esteve de parabéns, com o anúncio da seleção oficial, em competição pela Palma de Ouro, do filme "Frankie". Apesar de realizado pelo norte-americano Ira Sachs e protagonizado pela francesa Isabelle Huppert, o filme foi inteiramente rodado na região de Sintra, tem participação da portuguesa O Som e a Fúria na produção, Carloto Cotta é um dos atores principais e a maior parte da equipa técnica é portuguesa.
Foi entretanto anunciada a seleção de uma das secções paralelas que o festival alberga oficialmente, a Semana da Crítica, que atinge já a 58ª edição. E há duas curtas portuguesas na lista. Em sessão especial, a francesa luso-descendente Cristèle Alves Meira regressa de novo ao seu país de origem, depois de "Campo de Víboras", para filmar, em "Invisível Herói", a história de um cabo-verdiano cego, em busca de um amigo misteriosamente desaparecido. Coprodução luso-francesa, a participação nacional esteve a cargo da Midas Filmes, de Pedro Borges.
É para já a sina da presença portuguesa em Cannes. Há mais nomes a acrescentar à lista, mas ou em coproduções ou de realizadoras que fizeram grande parte do seu percurso no estrangeiro.
Na mesma secção, mas fazendo parte dos dez filmes curtos a concurso, "Dia de Festa", de Sofia Bost, mestra em realização na London Film School, centra-se no dia de aniversário de uma jovem de 17 anos, marcado por um telefonema que vai colocar em causa a relação entre três gerações de mulheres da família. O filme, interpretado por Rita Martins, Melissa Matos e Teresa Madruga, é uma produção de Uma Pedra no Sapato, de Filipa Reis.
Em nota enviada pela produtora, a realizadora afirma: "Dia de Festa observa a complexidade das relações entre mães e filhas - um tema que me interessa há muito tempo e que já tinha começado a explorar na escola de cinema. Quando li o argumento do Tiago Bastos Capitão soube logo que era o projecto certo para mim."
As últimas novidades portuguesas no Festival de Cannes poderão chegar com o anúncio da única secção em falta, a Quinzena dos Realizadores, que se espera para o dia de amanhã.
Ficou esquecida a referência a outra coprodução portuguesa na seleção oficial de Cannes, mas na secção Un Certain Regard. Trata-se do filme "Liberté", do catalão Albert Serra, que depois de "A Morte de Luís XIV" volta a ser produzido também pela portuguesa Rosa Filmes, de Joaquim Sapinho. O filme retoma a peça que Serra encenou com o mesmo nome, sobre os libertinos franceses na Prússia de finais do século XVIII e tem como protagonista o viscontiano Helmut Berger.
