
Siza Vieira tem textos seus reunidos em três volumes
Artur Machado /Global Imagens
Um conjunto de três livros que reúnem textos da autoria do arquiteto Álvaro Siza, nos quais aborda várias temáticas, desde a arquitetura, a poesia ou o cinema, vai ser hoje lançado na Ordem dos Arquitetos, em Lisboa.
Os livros "01Textos", "02Textos" e "03Textos", publicados pela editora Parceria AM Pereira, e prefaciados e organizados por Carlos Campos Morais, serão lançados numa sessão às 18 horas de hoje com a presença do autor, Álvaro Siza.
Nos textos, o arquiteto nascido em 1933 e detentor do Pritzker 1992 aborda inúmeras temáticas, desde a escultura, a pintura, o cinema, o ballet, a literatura, ou a poesia.
Os três volumes, cuja apresentação estará a cargo do arquiteto António Choupina, percorrem uma ordem cronológica, sendo o primeiro, o mais volumoso, entre 1963 e 2008, agora reeditado, mas revisto, e os restantes até 2018.
"Siza, como Almada Negreiros, tocou, toca, várias artes, sendo dominante, iniludivelmente, a arquitetura", aponta o prefácio de Carlos Campos Morais.
Nascido em Matosinhos, Álvaro Siza tem desenvolvido uma atividade por múltiplas expressões artísticas, desde o desenho, azulejaria, tapeçaria, escultura, design de móveis e objetos, joalharia, e o grafismo.
A expressão escrita, "tão singular como a arquitetónica, encontra-se no registo de infindáveis entrevistas, de conferências, palestras, discursos de aceitação de doutoramentos honoris causa ou outros, suportes multimédia, catálogos, livros diversos, etc., onde se encontra e se partilha a sua experiência, as suas dúvidas, o seu traço e o seu génio e onde permanecerá para memória futura", acrescenta o prefaciador.
Nascido há 85 anos em Matosinhos, onde em agosto de 2009 o Governo português lhe entregou a Medalha de Mérito Cultural, Álvaro Siza Vieira estudou na Faculdade de Belas Artes do Porto, onde foi professor, e criou em Portugal obras emblemáticas como a Casa de Chá da Boa Nova, em Leça da Palmeira, a reconstrução da zona do Chiado, em Lisboa, após o incêndio de 1988, o Museu de Arte Contemporânea de Serralves, no Porto, ou o Pavilhão de Portugal, com a sua emblemática pala, no Parque das Nações, no âmbito da Exposição Mundial de 1998, em Lisboa.
No estrangeiro, são da sua autoria o museu para a Fundação Iberê Camargo, em Porto Alegre, no Brasil, o Centro Meteorológico da Vila Olímpica, em Barcelona, e a reitoria da Universidade de Alicante, ambos em Espanha, entre outros projetos.
Doutor Honoris Causa de várias universidades, o trabalho de Álvaro Siza tem sido internacionalmente galardoado. Além do Pritzker, recebeu os prémios Mies van der Rohe, em 1988, o Wolf, em 2001, a Real Medalha de Ouro do Instituto Britânico de arquitetos, em 2009, a Medalha Alvar Aalto, do Museu de Arquitetura e da Associação Finlandesa de Arquitetos, em 1988, e a Medalha de Ouro da União Internacional dos Arquitetos, em 2011.
No passado dia 25 de abril de 2017, o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, condecorou-o com a Grã-Cruz da Ordem da Instrução Pública, distinção que junta à de Grande-Oficial da Ordem Militar de Sant'Iago da Espada, recebida em 1992, e à Grã-Cruz da Ordem do Infante D. Henrique de Portugal (1999).
