
Jorge Silva Melo morreu aos 73 anos
André Luís Alves / Global Imagens
O encenador, ator, cineasta, dramaturgo e tradutor português morreu aos 73 anos no Hospital dos Lusíadas, em Lisboa, onde estava internado.
"Um dos grandes, dos que mais fez durante décadas a fio, escrevendo, encenando, ensinando, filmando, representando, deixou-nos hoje. Muito se dirá amanhã sobre ele, por quem esteja mais bem preparado para o fazer do que eu. Eu estou apenas triste. Este início de ano com mortes sucessivas, guerra, solidão, tem sido devastador", escreveu o pianista Nuno Vieira de Almeida.
Natural de Angola, Jorge Silva Melo mudou-se para a capital portuguesa com a família no início da adolescência. Aos 15 anos deu os primeiros passos na carreira e começou a escrever sobre cinema, colaborando no suplemento juvenil do Diário de Lisboa.
Silva Melo fundou e dirigiu, com Luís Miguel Cintra, o Teatro da Cornucópia (1973-79), e fundou em 1995 a sociedade Artistas Unidos, de que era diretor artístico.
Estudou na London Film School, foi bolseiro da Fundação Calouste Gulbenkian, e estagiou em Berlim junto do encenador Peter Stein, e em Milão com Giorgio Strehler.
É autor das peças "Seis Rapazes Três Raparigas", "O Fim ou Tende Misericórdia de Nós", "Prometeu", e "O Navio dos Negros", entre outras.
No cinema, realizou as longas-metragens "Ninguém Duas Vezes" e "António, Um Rapaz de Lisboa" e traduziu obras de Carlo Goldoni, Luigi Pirandello, Oscar Wilde, Bertolt Brecht, Georg Büchner, Lovecraft, Michelangelo Antonioni, Pier Paolo Pasolini, Heiner Müller e Harold Pinter.
