Já são três dezenas de ataques às mulheres e à discriminação do género por via das redes sociais que chegaram à Comissão para a Cidadania e Igualdade de Género, desde 2022. O caso Numeiro, que criticou as mulheres com namorados que saem à noite, gerou intensa contestação social e recebeu uma queixa formal na entidade
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Comissão para a Cidadania e Igualdade de Género (CIG) revela que, “no período compreendido entre o ano 2022 e a presente data, foram rececionadas 30 queixas relacionadas com alegadas discriminações nas redes sociais”. Dados que chegam na sequência da polémica gerada pelo youtuber Numeiro, que usou as suas plataformas para criticar as mulheres com namorados que se arranjavam para saírem à noite.
Declarações que causaram polémica, geraram contestação audível por parte de celebridades, múltiplas denúncias verbais via redes sociais, mas “uma queixa” formal, que “foi remetida para análise jurídica”, como informa a CIG em resposta por escrito à Delas.pt/Jornal de Notícias.
Aliás, a entidade pediu mesmo, na sequência deste caso, para que “influenciadores que propagam discursos de ódio" contra as mulheres fossem formalmente denunciados. Em nota pública emitida a 9 de abril, a CIG lamentou que estas celebridades online “lucrem” com conteúdos desta natureza e lembrou que este tipo de narrativas é “uma forma de violência contra as mulheres”.
Havendo queixas relacionadas com “alegadas discriminações nas redes sociais”, a CIG explica que as mesmas são reencaminhadas “para o Centro Internet Segura ou para o Portal da Queixa do Facebook”, ou, “em situações de discriminação ou de violência com base no género” há lugar à “emissão de pareceres e recomendações junto das autoridades competentes ou das entidades envolvidas”.
A CIG revela que, em 2024, analisou 35 queixas de discriminação com base no sexo, menos quatro do que em 2023, e manteve o número de denúncias em ambos os anos quando o caso tinha por base discriminação na identidade e expressão de género: 17 reportes em 2023 e em 2024. As queixas por ataques à orientação sexual subiram de 10 para 12 queixas entre 2023 e o ano passado.