Cancro de cabeça e pescoço. Técnica de mobilização nervosa reduz dor após cirurgia
Nos cancros de cabeça e pescoço, a cirurgia pode irritar o nervo que fortalece o ombro, destacando que o paciente pode ter dores, sentir rigidez e limitações em tarefas diárias, como pentear o cabelo ou alcançar uma prateleira
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A inclusão de uma técnica de mobilização nervosa durante a reabilitação após uma cirurgia de cancro de cabeça e pescoço reduz a dor e melhora a qualidade de vida dos pacientes, noticiou a Europa Press na segunda-feira, 20 de outubro
"Aqueles que seguiram o programa que acrescentou a mobilização nervosa (a técnica) apresentaram uma melhoria mais significativa e mantiveram os ganhos a curto prazo", referiu a professora de fisioterapia na Universidade Europeia (Madrid) e coautora do estudo publicado na revista científica Medicina, Vanesa Abuín.
Os investigadores compararam pacientes que faziam exercícios de força duas vezes por semana com outros que adicionaram 10 minutos da técnica de mobilização nervosa para melhorar o deslizamento do nervo.
Nos cancros de cabeça e pescoço, a cirurgia pode irritar o nervo que fortalece o ombro, destacando que o paciente pode ter dores, sentir rigidez e limitações em tarefas diárias, como pentear o cabelo ou alcançar uma prateleira.
O programa com a técnica, que visa restaurar a mobilidade e a função do sistema nervoso, inclui exercícios para os músculos do pescoço, para os ombros e uma mobilização suave com o doente deitado também, o que não causa dor nem cansaço.
A qualidade de vida, a dor no ombro, a utilização do braço nas tarefas diárias e a força da mão em ambos os grupos foram analisadas do início ao fim do programa e três meses depois.
"A nossa prioridade é que o doente recupere a sua vida com o mínimo de desconforto possível", indicou Vanesa Abuín.
A investigadora sublinhou que o exercício não se deve limitar à sala de reabilitação, mas também deve ser praticado cinco a 10 minutos por dia em casa.
"Não se trata de suportar a dor, mas de se movimentar bem e no momento certo", acrescentou Abuín.
O formigueiro persistente, a perda de força ou a dor noturna que impedem o descanso são alguns dos sintomas de alerta que precisam de avaliação clínica para ajustar o regime de exercício.
A fisioterapia oncológica (para pacientes com cancro) procura ajudar os doentes a recuperar a sua independência e bem-estar.