Conheça Geneviève Jeanningros, a freira que quebrou o protocolo para se despedir do Papa
À margem do rigor protocolar nas exéquias do Papa Francisco, uma freira de 81 anos aproxima-se do caixão e despede-se longamente do Sumo Pontífice. Conheça Geneviève Jeanningros
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Amiga de longa data do Papa Francisco, ainda quando ele era ainda arcebispo em Buenos Aires, Geneviève Jeanningros não precisou de protocolo para se despedir do Sumo Pontífice. Enquanto os cardeais, bispos e religiosos se despediam solenemente do Papa, que morreu na segunda-feira, 21 de março, a freira franco-argentina de 81 anos quebrou o rigoroso protocolo, aproximou-se lateralmente do caixão, onde permaneceu, visivelmente comovida, por alguns minutos a rezar.
Esta freira, que visitava regularmente o Papa Francisco, tem vindo a trabalhar há mais de meio século com a comunidade LGBTQ+, em Roma. Como avança o Vaticano, Geneviève Jeanningros, da ordem das Pequenas Irmãs de Jesus, dedicou mais de 56 anos a servir os mais desfavorecidos, especialmente mulheres transexuais. Reside junto do Luna Park de Ostia Lido, nos arredores de Roma, com outra freira, Anna Amelia Giacchetto, e juntas partilham, vivendo numa modesta caravana sem luz elétrica, o quotidiano das comunidades que atendem.
A irmã Genevieve e o papa Francisco eram muito próximos e estavam juntos com alguma frequência. No ano passado, o Pontífice visitou a comunidade com a qual Jeanningros trabalhava. Celebraram inclusivamente juntos o aniversário da freira octogenária.
O papa Francisco está a ser velado na Basílica de São Pedro, em Roma, tendo já sido mais de 50 mil os fiéis que passaram para um derradeiro adeus. As exéquias irão terminar com a transferência da urna para a Basílica de Santa Maria Maior, onde será realizada a cerimónia de sepultamento, como havia sido pedido pelo Papa, com uma única inscrição: “Franciscus”.
O Papa Francisco morreu na segunda-feira aos 88 anos, de AVC, após 12 anos de pontificado.
Nascido em Buenos Aires, a 17 de dezembro de 1936, Francisco foi o primeiro jesuíta e primeiro latino-americano a chegar à liderança da Igreja Católica.
A sua última aparição pública foi no domingo de Páscoa, no Vaticano, na véspera de morrer. O papa Francisco esteve internado durante 38 dias devido a uma pneumonia bilateral, tendo tido alta em 23 de março.