Designer Iris Van Herpen cria vestido "vivo" com 125 milhões de algas bioluminescentes
A holandesa Iris Van Herpen apresentou, na semana de Alta Costura de Paris, uma peça que é “habitada por 125 milhões de algas bioluminescentes que emitem luz em resposta ao movimento”, como descreve a designer nas redes sociais.
Corpo do artigo
Mais do que um vestido e uma capa, a peça da estilista holandesa Iris Van Herpen, criada com o biodesigner Chris Bellamy, é uma ode à vida marinha, à luz e está viva. Sim, viva!
O coordenado que abriu a coleção "Living look" (visual vivo, em tradução literal) “é habitada por 125 milhões de algas bioluminescentes que emitem luz em resposta ao movimento”, refere Van Herpen nas suas redes sociais.
Ao detalhe, a designer explica que se trata de “um sistema vivo cultivado em água do mar e encapsulado num gel nutriente especializado”, “um revestimento protetor translúcido que permite a passagem da luz e do ar”.
Ou seja, "em vez de construído, este vestido é cultivado", refere a estilista holandesa que apresenta esta tecnologia ao abrigo da nova coleção de Alta Costura Sympoiesis e que mostrou na Semana de Paris.
A peça é feita com recurso a microrganismos unicelulares da espécie Pyrocystis lunula, que têm um formato semelhante à imagem de uma lua em quarto crescente e que emitem luz quando pressionados. Os organismos foram cultivados especificamente para este vestido, num processo que durou meses e que envolveu cerca de 35 etapas de desenvolvimento. Na sua página de Instagram, o biodesigner Chris Bellamy (@bio.crafted) revela processos e até um fato de banho que tinha já sido feito neste material natural e vivo.
Os designers asseguram que o vestido se mantém vivo em condições controladas - temperatura, luz, humidade e até ritmo circadiano ajustados para imitar o ambiente natural - e que as algas têm mesmo possibilidade de reprodução, conferindo à peça ainda mais luz.