De branco imaculado, com uma cauda de mais de cinco metros e os nomes da família bordados, a cantora Diana Ross, de 81 anos, regressou à MET Gala mais de duas décadas depois e surpreendeu todos
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A icónica grande gala da moda regressou esta segunda-feira, 5 de maio, ao Metropolitan Museum of Art (MET), em Manhattan, nos Estados Unidos da América, que este ano celebra o talento negro e traz à luz da ribalta os vultos da moda e do entretenimento que são convidados a recriarem um tema. Este ano, quando os EUA vivem fortes ameaças contra a diversidade, celebra-se o dandismo negro e a temática Superfine: Tailoring Black Style.
A cantora Diana Ross foi uma das maiores estrelas da noite, regressando 22 anos depois à passadeira - que não foi vermelha, mas azul-celeste com narcisos - cobrindo-o com um longo manto branco.
A cantora de 81 anos, feitos há pouco mais de um mês, levou consigo os nomes da família bordados na peça, contando com os nomes dos filhos - Rhonda, Tracee, Chudney, Ross e Evan — e dos oito netos: Raif, Callaway, Everlee, Leif, Indigo, Jagger, Bronx e Ziggy. Uma peça carregada de bordados e cristais e coordenada com um chapéu com plumas que deixava antever o seu longo cabelo solto e em cachos.
Recorde-se que, este ano, o tema escolhido girou em torno do livro de Monica Miller, curadora convidada e professora da Barnard, Slaves to Fashion: Black Dandyism and the Styling of Black Diasporic Identity. Uma obra de 2009 que veio revelar como o dandismo foi um estilo imposto aos homens negros na Europa do século XVIII, quando os criados “dandificados” e bem vestidos se tornaram uma tendência. Durante o renascimento do Harlem, das décadas de 1920 e 1930, como conta a agência noticiosa AFP, os homens usavam fatos elegantes e sapatos polidos como uma demonstração de resistência na América racialmente segregada. A exposição Superfine, do Costume Institute, vem agora dar destaque aos homens e à moda masculina e é a primeira a centrar-se em designers e artistas negros.
A festa anual da moda mais aguardada é também um momento de angariação de fundos para o Costume Institute. Ter acesso a um lugar neste privilegiado momento custava, em 2024, 75 mil dólares e uma mesa completa custava 350 mil dólares, como avançou o jornal New York Times. No ano passado, foram angariados cerca de 26 milhões de dólares.