Para além de estar com a pose correta, o olhar a postos e o filtro adequado, imagine que uma ‘app’ lhe consegue dizer se está ou não com anemia, bastando, para tal, retratar as suas unhas. Pois bem, existe um aplicativo que pode começar a dar esta informação, mas atenção: não substitui diagnóstico médico
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Não invasiva, imagine uma ‘app’ que consegue detetar o nível de hemoglobina, verificar anemia e tudo isto sem ter de tirar sangue. Basta uma selfie, uma mera foto aos seus dedos e, em particular, às suas unhas! Os resultados da ‘fingernails selfie’ (selfie das unhas, em tradução literal) agora apresentados incluíram a participação de mais de nove mil utilizadores que, para lá de se submeterem ao aplicativo, reportaram os resultados dos exames reais de sangue, demonstrando um grau de precisão da app, consonante com o modelo tradicional de triagem, de 89% de sensibilidade e 93% de especificidade.
Os resultados, que contaram com investigadores de várias universidades norte-americanas e cujas conclusões foram publicadas na revista Proceedings of the National Academy of Sciences (que podem ser consultadas no original aqui), não só têm em linha de conta as cores das unhas como, creem os investigadores, pode ser uma ferramenta para quem sofre de anemia crónica, permitindo uma monitorização regular. Nesse sentido, a própria app apresenta um recurso de “personalização”, permitindo que a plataforma seja calibrada consoante a linha de base individual, inserindo resultados de hemoglobina confirmados em laboratório e somando-as com as estimativas apresentadas pela ‘app’.
Para lá dos resultados individuais, a plataforma adianta já alguns vetores passíveis de serem admitidos em saúde pública. Com os dados de localização recolhidos em mais de 900 mil testes é já possível dispor de um “mapa da anemia” nos Estados Unidos da América, revelando padrões geográficos e demográficos que antes não eram possíveis serem observados, facilitando a definição futura de políticas públicas de saúde.
Apesar destes resultados, a plataforma informa que, em momento nenhum, se substituiu a um diagnóstico médico. Admite, contudo, ser um atalho para a monitorização e triagem.