Num ano em que o número de partos caiu, também as parturientes com menos de 19 anos diminuíram. Em 2024, segundo dados do INE, nasceram 20 bebés de raparigas que tinham até 14 anos e 1529 entre quem tinha até 19 anos
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Num país em que as mulheres são mães cada vez mais tarde, a maternidade juvenil está ainda muito longe de acabar. Os dados do Instituto Nacional de Estatística (INE) indicam que 2024 trouxe uma quebra no número de partos face a 2023, menos 1059 ocorrências, tendo-se situado nos 84 059 partos em Portugal.
Uma quebra que foi também registada na maternidade juvenil: nasceram 20 bebés de parturientes que tinham entre 10 e 14 anos e 1528 de mães que tinham entre 15 e 19 anos. Contas feitas, a maternidade adolescente, sub 19 anos, totalizou a 1548 partos, o que siginifica mais de quatro por dia.
Números que, perspetivados no tempo, indicam um descréscimo face aos últimos dois anos: Em 2023, na soma das duas faixas etárias referidas, foram registados 1650 partos. Já no ano que lhe antecedeu somaram-se 1596, 21 deles em mães com menos de 14 anos.
Mais de ¼ das parturientes são estrangeiras
Em 2024, a proporção de partos de mães de nacionalidade estrangeira foi de 26,3%, com Brasil (10,1%), Angola (2,2%) e Cabo Verde (1,5%) a liderarem esta tabela. O indicador foi mais expressivo em municípios do Algarve e da Grande Lisboa e menos frequente nas Regiões Autónomas, no norte e centro e no interior alentejano.
“Mais de metade das mulheres eram de nacionalidade estrangeira em Aljezur (68,4%), Vila do Bispo (64,7%), Odemira (62,5%) e Albufeira (52,8%)”, lê-se no documento, em que se destaca ainda, pela proporção superior a 45%, os municípios de Pedrógão Grande (50,0%), da Amadora (48,1%), do Entroncamento (47,2%) e de Odivelas (45,5%).
“Os dados revelam que, nos últimos 20 anos, a idade das parturientes tem aumentado: a proporção de partos de mães entre os 35 e os 39 anos passou 14% para 24%”, referiu o INE no destaque hoje divulgado.
Entre 2023 e 2024, o número de partos apenas aumentou na Região Autónoma da Madeira (+2,4%), no Oeste e Vale do Tejo (+1,2%), na Grande Lisboa (+0,9%) e na Península de Setúbal (+0,1%), segundo a mesma fonte.
“Nas restantes regiões, observou-se um decréscimo que foi mais acentuado na Região Autónoma dos Açores (-8,7%), mas também no Norte (-3,5%) e no Alentejo e no Algarve (em ambos os casos, -2,4%)”, de acordo com o INE.