A mala, que não é para todas as bolsas, acabou de ser arrematada pelo valor de dez milhões de dólares, ou seja, oito milhões e meio de euros. A Birkin, fruto da colaboração imprevista entre a atriz e cantora Jane Birkin e o então diretor-geral da Hermès International SCA, Jean-Louis Dumas, acaba de bater recordes
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Tem marcas do tempo e do uso, mas está também carregada de história. A icónica mala preta original Birkin acaba de ser adquirida em leilão pelo valor de pouco mais de oito milhões e meio de euros (dez milhões de dólares) e conquista um recorde: a mais valiosa carteira vendida. A peça foi arrematada por sete milhões de euros (mais milhão e meio em taxas) e ficou nas mãos de, até agora, um comprador anónimo.
Os lances antecipados apresentados à Sotheby's já tinham ultrapassado o milhão de euros, mas escalaram sete vezes mais durante o leilão, pontuado com uma disputa final entre nove colecionadores e que durou dez minutos. Apesar de o comprador ser anónimo, a Sotheby's revelou em comunicado, citado pela CNN, que o novo colecionador particular é do Japão.
Encomendada originalmente em 1984 e fruto da colaboração imprevista entre a atriz e cantora Jane Birkin e o então diretor-geral da Hermès International SCA, Jean-Louis Dumas, a mala Birkin conquistou, ao longo de anos, um lugar de destaque no mundo dos acessórios de moda, sendo ainda hoje um dos modelos mais cobiçados.
Um caso de sucesso em que o óbvio aconteceu: a necessidade aguçou o engenho. Birkin revelou em múltiplas ocasiões que a ideia nasceu num voo, quando viajou ao lado de Dumas e aproveitou o momento para lhe dizer que faltava à Hermès uma mala que acomodasse o facto de ela precisar de espaço por ter três filhos e ter de transportar inúmeros objetos. A cantora anglo-francesa, que morreu em 2023, terá então desenhado a sua ideia num saco de enjoo e entregou-a ao diretor-geral. Nascia assim a Birkin, que agora bate todos os recordes conhecidos.
Importante lembrar que Jane Birkin vendeu a mala em 1994 com o propósito de angariar fundos para uma entidade que lutava contra a SIDA. Seis anos depois, a mala de couro preta voltou a ser leiloada, tendo estado até agora nas mãos de uma colecionadora.