Depois dos 40 anos, uma mulher perde, em cada aniversário que celebra, uma média de 7862 euros quando comparado com os homens. Estudo aponta um motivo económico
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A Fundação da Mulher fez as contas ao dinheiro e faz balanço negro. De acordo com a plataforma feminista francesa, uma mulher perde, em média, 157 mil euros em 20 anos da sua vida quando comparadas com um homem em igual faixa etária. “Entre os 40 e os 60 anos, por cada vela de aniversário apagada, uma mulher empregada perde em média 7.862 euros comparativamente a um homem da mesma idade”, refere a organização no Observatório da emancipação económicas das mulheres. Ao longo de vinte anos, “ser mulher em vez de homem custa às mulheres 157.245 euros”, refere a mesma entidade.
Cálculos feitos para a sociedade francesa e que têm por base dados do Instituto Nacional de Estatística e Estudos Económicos (Insee). De acordo com os dados desta entidade, uma mulher empregada ganha, em média, 22.830 euros por ano aos 40 anos e 21.410 euros aos 60 anos. Ora se fosse um homem, auferiria 29.710 euros anuais aos 40 e, vinte anos depois, estaria na fasquia dis 29.430 euros, revela a associação. Ao “assumir uma progressão linear da disparidade salarial”, a perda ao longo de vinte anos é estimada em 157.245 euros, valor que sobe para 159 mil euros no setor privado, refere ainda a Fundação da Mulher, publicado nesta quinta-feira, 12 de junho, e que pode ser lido no original aqui.
“Depois dos quarenta anos, as mulheres experimentam uma acumulação de obstáculos estruturais: carreiras descontinuadas, profissões desvalorizadas, sobrecarga de cuidados com os familiares e tetos de vidro”, lê-se na nota emitida pela plataforma. E acrescenta: “Soma-se a isso uma invisibilidade nos media, nas empresas e nas políticas públicas”.
A organização francesa lembra que 1/3 das mulheres (32%) com mais de 55 anos “não estão empregadas nem reformadas”, ficando numa zona cinzenta onde são demasiado jovens para receber a reforma, mas já estão excluídas do mercado de trabalho.